Segundo a Embaixada de Israel em Brasília, a ideia é que a fazenda-modelo abrigue tecnologias referentes a práticas agrícolas com uso racional de recursos naturais — água, especialmente. “Tudo à base da hidroponia”, que é a técnica que garante o cultivo de plantas sem a necessidade do solo, cita o presidente da Ematerce, Antônio Amorim.
Também será aplicada a técnica de aquaponia, que reúne a criação de peixes e o cultivo de plantas num sistema circulante e fechado.
Espera-se que, com os experimentos e os profissionais estrangeiros, a fazenda seja “um grande centro de referência e difusão de tecnologias, com atividades permanentes de capacitação e assistência técnica”, projeta a embaixada.
Vindos em embarcações de Israel, alguns dos equipamentos que vão compor as estufas da fazenda-modelo estão há um mês na alfândega do Porto do Pecém, de acordo com Antônio Amorim. No começo do mês, o governador Camilo Santana (PT) aprovou orçamento para iniciar os trabalhos de deslocamento e instalação dos aparatos. Essas obras estão orçadas em R$ 2 milhões, conforme a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA). Por parte de Israel, foram destinados US$ 10 milhões para apoio às cinco empresas israelenses que investem na fazenda.
Mesmo que uma parte do equipamento comece a operar ainda neste ano, a expectativa é que o funcionamento pleno seja no primeiro semestre de 2018. (Luana Severo)
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O Estado de Israel, no Oriente Médio, tem um clima que chega a ser mais seco do que o do Nordeste brasileiro.
Entre as tecnologias utilizadas pelos gestores de lá para a convivência com a seca, estão a da irrigação por gotejamento e o reúso da água do esgoto.
Por ano, segundo o presidente da Ematerce, Antônio Amorim, Israel consegue utilizar 180 milhões de metros cúbicos (m³) de água só por meio do reúso.
As negociações entre Ceará e Israel tomaram forma em 2013, época da gestão do ex-governador Cid Gomes (PDT).
Em 2015, já na gestão do governador Camilo Santana (PT), foram ampliadas as discussões sobre a construção de uma fazenda-modelo para a difusão de tecnologias e capacitação dos agricultores cearenses, de acordo com Amorim.
Na aquaponia, “você tira a água do poço (profundo), bota no tanque pra criar peixe e a água do peixe vai pras plantas já fertilizada”, conforme Amorim. “Isso é uma demonstração de que se pode criar peixes e plantas em lugares pequenos. É uma tecnologia que pode ajudar muito a agricultura familiar”, defende.