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Mulheres enfrentam dificuldades para marcar exames
Cotidiano

Mulheres enfrentam dificuldades para marcar exames

Pelo menos três dos mamógrafos da rede municipal de saúde estão parados. Problemas técnicos no sistema de marcação aumentam entrave no acesso ao exame
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Equipamentos quebrados e falhas no sistema unificado de marcação de exames aumentam a dificuldade para conseguir mamografia em Fortaleza. A situação acabou gerando espera para o exame que detecta precocemente o câncer de mama, o tipo mais comum de tumor entre as mulheres no Brasil depois do câncer de pele não-melanoma. Pelo menos três mamógrafos da rede municipal de saúde estão parados.


No Hospital da Mulher, o único mamógrafo digital pertencente à rede do município está sem funcionamento há pelo menos dois anos. Nos Gonzaguinhas da Barra do Ceará e de Messejana, os exames foram impedidos pela quebra dos equipamentos, ainda não consertados.


“Até o ano passado, o discurso era que tinha vagas ociosas e as mulheres não iam fazer o exame. Esse problema da mamografia começou este ano”, destaca Cláudia Belém, coordenadora da Rede Mama. Ela cita ainda problemas no sistema de marcação de exames como mais dos entraves na realização de mamografias na Cidade.

“Mesmo existindo vagas nas unidades de saúde, elas não aparecem no sistema”, afirma.


A situação, segundo Cláudia, teve início após a unificação das centrais de marcação de exames das redes municipal e estadual, no começo do ano. O caso chegou a ser discutido no Comitê Municipal do Controle do Câncer de Mama, do qual a Rede Mama faz parte, mas ainda persiste.


As mamografias agendadas na rede municipal são realizadas em 15 locais, entre unidades públicas, privadas e filantrópicas. Ainda assim, a quebra dos equipamentos pode causar impactos, de acordo com o médico mastologista Ércio Ferreira Gomes.


“A maioria dos equipamentos estão concentrados na Capital. Se todos estivessem funcionando com capacidade plena, estariam cobrindo a população de interesse”, pondera o especialista que atende no Instituto do Câncer do Ceará (ICC).


Romel Araújo, coordenador dos hospitais e unidades especializadas de Fortaleza, admite falhas no sistema de exames, após a unificação das centrais. “Quando você muda processo sempre tem alguma dificuldade, e a central está trabalhando no sentido de diminuir não-conformidades e dando uma celeridade maior no agendamento”, informou.


O gestor disse ainda que dois dos mamógrafos quebrados, os dos Gonzaguinhas da Messejana e da Barra do Ceará, passam por consertos e devem voltar ao funcionamento até o começo de agosto. Já o equipamento do Hospital da Mulher passa por avaliação técnica para saber se será consertado ou substituído por outro. Romel não soube precisar prazos para a resolução.


O POVO solicitou da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por telefone e por e-mail, o número de mulheres que esperam por mamografias em Fortaleza. A assessoria de comunicação pediu prazo de um dia para levantar o dado. Após o pedido, registrado na última quinta-feira, 6, o setor informou que não seria possível divulgar o número.

 

Saiba mais

 

A média de mamografias realizadas em Fortaleza é de 4 mil por mês, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Anualmente, a média é de 45 mil exames.


O câncer de mama responde por 28% dos tumores malignos no Brasil a cada ano. A estimativa é do Instituto Nacional do Câncer.

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