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Servidores do IFCE debatem redução de repasse
Cotidiano

Servidores do IFCE debatem redução de repasse

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Com redução orçamentária em 2017 de cerca de R$ 11 milhões (10% de custeio e 30% de capital), servidores do Instituto Federal do Ceará (IFCE) debateram, na tarde de ontem, em Fortaleza, como a conjuntura nacional afeta a rede dos 33 campi da instituição no Estado. Além do arrocho no orçamento, uma portaria limita os gastos com terceirizados e diárias de viagem a 80% do empenhado no orçamento de 2016 — passando de R$ 43 milhões para R$ 34,4 mi e determinando, consequentemente, a demissão de terceirizados.

 

“O que está em curso é um processo de retirada de direitos sociais conquistados na última década, inclusive a educação”, disse um dos debatedores, o professor Dante Moura, do IF do Rio Grande do Norte.


Ele citou estudo do Departamento Intersindical Estatística e Estudos Sociais e Econômicos (Dieese) que aponta que, se a Emenda Constitucional 95 (que congela a partir de 2018 os investimentos por 20 anos) tivesse sido implantada entre 2002 e 2015, R$ 377 bilhões teriam deixado de ser investidos em educação no País. “Toda a expansão que houve nos institutos federais não teria acontecido”, diz.


O campus de Caucaia foi um dos campi que denunciaram a situação de “precarização” do funcionamento já este ano. Conforme o assistente de administração Maurício Saboia, em fevereiro foi percebido que o orçamento para este ano não cobriria R$ 150 mil com terceirizados e R$ 250 mil com merenda escolar. A situação tem sido conversada com a reitoria, que deve remanejar de outros campi o recurso para cobrir as despesas. “Mas nós acreditamos que é um situação generalizada e não apenas nossa”, aponta.


O professor Tássio Lofti, pró-reitor de Administração e Planejamento, afirmou que articulação política está pleiteando junto ao Ministério do Planejamento a revogação da portaria que limita os gastos com terceirizados e que a posição da reitoria é, assim que isso aconteça, os funcionários sejam recontratados. Ele reforça ainda que a Emenda Constitucional 95 tornará “dificultosa” a execução do orçamento de 2018.


Após o debate, na noite de ontem, O POVO procurou o Ministério do Planejamento — que não respondeu os questionamentos até o fechamento desta edição — e o Ministério da Educação — que não atendeu aos telefonemas. (Domitila Andrade)

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