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O que especialistas dizem sobre receitas caseiras para chikungunya
Cotidiano

O que especialistas dizem sobre receitas caseiras para chikungunya

Apesar de serem compartilhadas em grupos de amigos e família, as receitas naturais dividem opiniões e devem ser conciliadas com fármacos
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Dividindo a opinião de especialistas, os remédios caseiros têm sido a aposta de muitas pessoas com a febre chikungunya para aliviar sintomas. Neste ano, o Ceará já confirmou 22.970 casos da doença (até o último dia 2). Para profissionais da medicina tradicional, os chás e substâncias naturais podem ser usados, mas sempre conciliados com fármacos. Especialistas ouvidos pelo O POVO concordam que as receitas caseiras devem ter aval médico e manuseio adequado.

 

Em rodas de conversa, são frequentes as sugestões de receitas como suco de goiaba com inhame para aliviar dores nas articulações e gotas de própolis diluídas em água para evitar a picada do mosquito Aedes aegypti. De acordo com a coordenadora do Projeto Farmácia Viva da Universidade Federal Ceará (UFC), Mary Anne Bandeira, apesar de não ter comprovação científica, a partir do estudo da estrutura química, algumas plantas medicinais têm vantagens terapêuticas.


Um mês e meio após o diagnóstico de chikungunya, Rebeca Bento, 25, ainda sente dores e não conseguiu voltar à rotina. Além da recomendação para descansar e ingerir muita água, a receita do inhame se tornou comum na casa da estudante de design de moda, na tentativa de amenizar as dores. “Um pedaço de inhame com água de coco batido no liquidificador. O inhame já tá até em falta em algumas feiras”, observa.


“Alguns remédios são consagrados pela tradição oral. Eu vi muitos testemunhos de pessoas que tomaram o inhame e melhoraram. Prescrevi para vários pacientes e acompanhei resultados positivos”, relata o professor da UFC, médico especialista em saúde comunitária e medicina natural, Adalberto Barreto.


“A gente costuma não recriminar mas, por outro lado, tem que ser somado ao conhecimento médico científico”, pondera o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFC, Roberto da Justa. “Tome seu suco e o analgésico correto indicado pelo médico”, orienta.


Conforme Mary Anne, além de menos efeitos colaterais, a vantagem das plantas medicinais é o fácil acesso.


Apesar de ter atividade antioxidante, antisséptica, anti-inflamatória e aumentar a imunidade, não há comprovação de que o própolis via oral tenha ação contra a picada do mosquito, diz. Loções para o corpo a partir de plantas como o capim-citronela e o alecrim-pimenta podem ter eficácia nesse caso. Já o inhame e o suco de goiaba são ricos em vitamina C e têm propriedade antioxidante, podendo aumentar a imunidade, mas sem relação direta com os sintomas da febre.


Ela também indica chás por infusão de folha de mentrasto e de moringa, vegetais não tão comuns nas trocas de receitas entre amigos e familiares. “Essas plantas podem ajudar nas dores articulares que restringem os movimentos durante a chikungunya”, orienta. As folhas podem ser adquiridas em farmácias naturais ou de forma gratuita no Horto de Plantas Medicinais da UFC.

 

Serviço

 

Horto de Plantas da UFC

A população pode adquirir plantas medicinais gratuitamente e outros produtos naturais

Onde: avenida do Contorno, s/n, Campus do Pici

Tel: (85) 3366 9418
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