No entanto, o alerta para a epidemia continua, tendo em vista que a febre é uma doença nova no Ceará. Por isso, as ações de conscientização para controle do mosquito vetor e vistoria domiciliar serão realizadas até o fim de julho. Na manhã de ontem, o bairro Montese recebeu as ações de educação em saúde e limpeza dos quintais.
Segundo o assessor técnico da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Nélio Morais, a redução do número de casos é esperada “porque as condições ambientais não são muitos favoráveis ao mosquito e a força de trabalho começa a responder”.
Morais explica que o plano emergencial se estenderá até o fim de julho, porque a previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) é de que as chuvas no Estado sejam dentro da média histórica até o próximo mês. “No segundo semestre, há maior letargia de maneira geral e desmobilização da população em relação a isso (controle do Aedes aegypti). O plano também já vai ter foco no ‘inverno’ de 2018”, antecipa, garantindo que, a partir de agosto até o fim deste ano, já será desenvolvido o plano de sustentabilidade com ações preventivas.
Cuidados em casa
Mesmo com o “quintal pequeno”, o cuidado para não deixar que vasilhas virem criadouros do mosquito é uma preocupação constante da aposentada Maria Rosalva Frota, 67. “Várias pessoas ficaram doentes aqui na rua”, conta. Maria foi uma das moradoras do Montese que receberam a visita dos agentes de endemias durante a operação Quintal Limpo, na manhã de ontem. O bairro é o 14º contemplado com a operação e apresenta o maior número de casos confirmados de febre chikungunya da Regional 4.Garantir o destino correto para latas, garrafas, tampas de refrigerante e qualquer depósito que possa acumular água é uma das dicas repassadas nas ações de combate ao mosquito transmissor das arboviroses — como dengue, zika e chikungunya. “80% dos focos são dentro dos imóveis”, estima a coordenadora de Educação em Saúde e Mobilização Social da SMS, Cilene Chaves. Palestras em instituições de ensino, visitas domiciliares, distribuição de material informativo, além de sacos plásticos para coleta de lixo e soro de reidratação oral são algumas das ações desenvolvidas no combate ao Aedes.
Os bairros com situação mais crítica estão sendo contemplados com as ações. São eles: Vila Velha, Barra do Ceará, Rodolfo Teófilo, Antônio Bezerra, Pici, Vila Pery, Serrinha, Itaoca, Montese, Planalto Ayrton Sena, Conjunto Ceará, Dias Macedo, Barroso e Centro.
Números
20 óbitos por chikungunya foram confirmados este ano em Fortaleza
Saiba mais
Febre chikungunya em Fortaleza
20.864 casos confirmados
30.231 casos notificados
20 óbitos confirmados
Fonte: Dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) até o último dia 9 de junho