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Parambu registra duas mortes por meningite
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Parambu registra duas mortes por meningite

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Repartições públicas suspendendo expediente, moradores andando com máscaras cirúrgicas pelas ruas da Cidade e escolas esvaziadas. Tudo pelo medo que se instalou em Parambu, na microrregião dos Inhamuns, de contrair meningite. A doença fez quatro vítimas entre os dias 18 e 23 de maio. Duas delas, um jovem de 24 anos e um senhor de 53, morreram, respectivamente nos dias 19 e 20, em decorrência da doença. Outros dois homens foram transferidos e seguem internados no Hospital São José, em Fortaleza, unidade de referência em doenças infectocontagiosas no Estado.

 

Quem descreve o clima de apreensão no Município é a secretária da Saúde de Parambu, Enilzete Noronha. As informações dos óbitos e das internações são confirmadas pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). As mortes se somam a outros dois óbitos por doença meningocócica e outras seis mortes ocasionadas por outras meningites este ano no Ceará, como aponta o último boletim de doenças de notificação compulsória da pasta.


“A população está em pânico, estão todos cobrando uma providência de imediato”, comenta a secretária. Uma reunião com gestores, profissionais de saúde e população foi feita na última quarta-feira para tentar acalmar a população com informes sobre contágio e sintomas.


A gestora destaca que foram realizados bloqueio e manipulação de antibióticos em todas as pessoas que tiveram contato íntimo e prolongado com os pacientes de meningite. Ainda esperando laudos de confirmação, Enilzete diz acreditar que a meningite que acometeu os quatro moradores de Parambu é do tipo bacteriana. Conforme o médico infectologista Robério Dias Leite, a meningite meningocócica, a bacteriana, é a mais agressiva e a mais rapidamente fatal.


Divergências

As secretarias municipal e estadual divergem na definição das ocorrências. Enquanto Enilzete é categórica ao classificar a situação como “surto” e afirmar que já repassou ofício solicitando ao Governo do Estado que seja feita vacinação comunitária em toda a população da Cidade, a Sesa, por meio de nota à imprensa, informa que uma vacinação geral da população, só seria necessária em caso de surto comunitário que “até o momento não foi confirmado, pois há vínculo entre os casos (os infectados tiveram contato entre si)”.

 

Essa informação, no entanto, é rebatida em parte pela gestora municipal, que aponta não ter conseguido, por meio de investigações in loco, estabelecer vínculo entre o senhor de 53 anos que veio a óbito e as outras três vítimas. O jovem de 24 anos e os pacientes que ainda estão internados tiveram contato. Conforme a Sesa, uma equipe está no “Município para mais investigações e na busca de contactantes que possivelmente não tenham sido bloqueados”. (Domitila Andrade, colaborou Amaury Alencar)

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