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Funcionária denuncia assédio por superintendente do IPM; ele nega
Cotidiano

Funcionária denuncia assédio por superintendente do IPM; ele nega

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Funcionária do Instituto de Previdência de Fortaleza (IPM) denuncia o superintendente, economista Vicente Férrer, por assédio moral e sexual. A denúncia foi registrada em Boletim de Ocorrência (BO) na terça-feira, 22, no 2º Distrito Policial, no Meireles. O crime teria se iniciado em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. A mulher diz ter sido, em ambiente de trabalho, assediada, beijada a força, ter tido parte da roupa retirada sem consentimento e coagida a colocar sua mão no órgão genital do superintendente. O superintendente nega.

 

No dia 8, Férrer teria chamado a mulher a sua sala. “Ela entrou e ele falou para ela que estava bonita com aquele vestido e que ela não andasse daquele jeito, pois ele poderia cometer um assédio sexual contra ela”, detalha texto do BO. Ao O POVO, a funcionária, de 40 anos, disse que ele a chamou para parabenizá-la pelo Dia da Mulher e passou toda a conversa, cerca de 15 minutos, segurando sua mão.


Uma semana depois, as insinuações teriam continuado, e o gestor teria pedido para que ela ficasse após o expediente. “Ele foi à minha sala me beijou a força. Eu o empurrei, para ele perceber que tinha um limite. Pedi pelo amor de Deus, falei que era o meu trabalho. Eu estava sentada, ele veio e colocou minha mão no pênis dele e já foi tirando minha blusa. Eu comecei a falar que ele não fizesse isso, falei da minha filha. Só aí ele parou”. A mulher ainda conta que, cerca de 15 dias depois, com testemunhas, ele teria vinculado o “recebimento de uma gratificação a duas horas de motel”. Ela afirma ter provas em vídeo e em áudio.


Sobre a denúncia ter demorado quase dois meses após a ação, ela justifica que, por ter cargo comissionado, teve medo de ser demitida. “Mas ele me anulou, ia acabar com minha carreira do mesmo jeito. Depois que falei, parece que nasceu outra pessoa de novo. Eu estava morta”.


Vicente rechaça as acusações e afirma que a funcionária o denunciou em retaliação a medidas de sua gestão à frente do IPM, iniciada no dia 15 de fevereiro. “Há uma série de eventos de ordem administrativa e profissional que fizeram essa moça fazer um BO. Questões de frequência de trabalho. Ela se diz perseguida. O que ela fez foi retaliação. Quer promoção porque teve redução salarial. Perdeu gratificação, perdeu equipe em razão de coisas da gestão passada. Não tem capacidade técnica para o trabalho que faz", diz, prometendo processá-la assim que receber a notificação da denúncia. Ele argumenta que no dia 8 de março esteve no Palácio do Governo em reunião com outros secretários.


Em nota, a Prefeitura afirma que não recebeu registro formal da denúncias. Caso isso ocorra, a gestão afirma que vai instaurar procedimento administrativo com sindicância.

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