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Enquanto uns lutam para ficar na José Avelino, outros tentam recomeçar
Cotidiano

Enquanto uns lutam para ficar na José Avelino, outros tentam recomeçar

José Avelino teve 4º dia de protestos. Comerciantes que buscaram alternativas iniciam trabalhos em novos locais
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Feirantes protestaram pelo quarto dia consecutivo na rua José Avelino, próximo ao Mercado Central. No Centro Fashion, vendedores que saíram da ilegalidade falam em melhores condições, mas recomeçam os negócios preocupados com a clientela. Aqueles que buscaram alternativas — junto à Prefeitura — para seguir no setor começam a receber boxes no Mercado São Sebastião e no Centro de Pequenos Negócios.

[SAIBAMAIS] 

Em meio aos resquícios dos confrontos violentos com a Polícia Militar (PM) ocorridos terça-feira, 16, manifestantes que lutam pelo retorno da feira argumentam que é inviável manter a mesma forma de comercialização em outros locais. Francisco Ednardo, 40, é feirante há 14 anos na região e se mantém reivindicando no entorno da José Avelino desde domingo, 14, quando ocorreu a última feira. “O que estamos passando é muito angustiante, não temos outro meio de vida”, lamentou.

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Os feirantes acusam a PM de uso excessivo de força. Segundo eles, isso provoca os confrontos. “Não existe isso de ir para o (Mercado) São Sebastião e para o Beco da Poeira. Temos que ficar aqui, que é onde estão nossos clientes. Os feirantes já viraram cartão postal da Cidade”, defendeu Ednardo.


A Prefeitura ofertou mais de mil vagas, divididas em três lotes, em mercados públicos de Fortaleza para os que ocupavam a José Avelino. De acordo com a Secretaria Regional do Centro, 326 pessoas procuraram o órgão para cadastramento até o último dia 9 de maio, quando houve o sorteio do primeiro lote.


Os boxes serão distribuídos entre aqueles que comprovarem não ter renda. Conforme a Regional, após o primeiro sorteio e o início da retirada dos feirantes, as buscas pelas vagas também aumentaram. Entre o dia 9 de maio e ontem, foram 648 pessoas solicitando. Cerca de 50 comerciantes receberam, na terça-feira, 16, documentos para ocupar os novos espaços.


Sem esperar pela Prefeitura, o comerciante Arnaldo Rufino, 30, abandonou o comércio informal e alugou vaga no Centro Fashion, no bairro Jacarecanga. Ainda arrumando o novo espaço com manequins e distribuindo as roupas pelo ponto, ele disse estar preocupado com as vendas. “Aqui tem melhores condições, é mais seguro, tem estacionamento, mas muita gente não está acostumada. Por isso eles querem permanecer na José Avelino, a clientela está lá. Quem vem para cá, perde. É um tiro no escuro, temos que começar do zero”, disse.

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