O tumulto chegou ao Cuca Barra logo depois que as chamas alcançaram o ônibus atacado na avenida José Lima Verde. Os estudantes desciam do transporte escolar, quando viram a correria. “A gente pensou que fosse arrastão”, contou um dos alunos, de 14 anos. Pelo menos cinco deles relatam que viram dois homens entrar na unidade. Um deles estava armado, garantem.

 

“Eu vi quando entraram junto com a gente. Eles beberam água e foram embora. Isso assustou a gente”, contou um jovem.

Segundo as testemunhas ouvidas pelo O POVO sob a condição de sigilo, os funcionários tentaram proteger os estudantes do tumulto. “Levaram a gente para uma sala e pediram para ninguém sair. A gente ficou lá, com medo”, disse outra aluna.

Conforme os adolescentes, as atividades foram mantidas apenas nas salas de aula. Tarefas ao ar livre foram canceladas. “Não tive minha aula de futsal. Até entendo, a quadra é muito perto de onde o ônibus estava”, disse um estudante, de 15 anos.

Em nota, a Coordenadoria da Juventude informou que a segurança nos Cucas é feita pela Guarda Municipal. O órgão não se pronunciou sobre o relato dos estudantes, limitando-se a dizer que as atividades “continuaram no período da tarde”. Ontem, todas as unidades fecharam mais cedo, às 20 horas. O “pouco fluxo” dos jovens, por conta da falta de ônibus, foi a justificativa. (Rômulo Costa)