Logo O POVO+
Polícia investiga assassinato de designer gráfico na Praia de Iracema
Cotidiano

Polícia investiga assassinato de designer gráfico na Praia de Iracema

Kildare Martins Rufino foi sepultado na tarde de ontem em Caucaia. Ele foi assassinado no entorno do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Divisão de Homicídios investiga o caso na tentativa de identificar os suspeitos
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]
O sábado, que deveria ser de festa, acabou-se triste no domingo. Após passar por cirurgia, o designer gráfico Kildare Martins Rufino, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu. O velório realizado no bairro Carlito Pamplona gerou comoção e reuniu familiares e amigos que pediam justiça. “Ele era muito feliz, não perdia a calma com nada. Eu não entendo”, disse o irmão mais velho, Kimbirly Martins Rufino. Kildare foi sepultado ontem, no cemitério Memorial Sol Poente, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

 

De acordo com amigos, o jovem foi, no último sábado, 8, para as imediações do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura para comemorar o aniversário de um colega. Por volta das 23 horas, chegou a ligar para o irmão para avisar que iria para casa, no bairro Cristo Redentor. Não deu tempo. Minutos depois a família recebia ligação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após tentativa de assalto, Kildare teria reagido e foi esfaqueado por suspeitos próximo a um ponto de ônibus na avenida Historiador Raimundo Girão.


De acordo com uma testemunha que pediu para não ser identificada, o jovem teria sido abordado por pelo menos três pessoas e foi atingido por um deles com uma facada na região do abdômen. A testemunha, que estava a menos de um metro da vítima, diz que cerca de dez pessoas estavam na parada de ônibus e correram quando perceberam o assalto.


“Kildare, no instante que eu olhei para trás, estava resistindo em entregar o celular mesmo com o facão apontado para ele”, relata. “Quando olhei para trás (de novo) vi ele no chão, sangrando”. Nenhum objeto foi levado do designer.


Kildare foi socorrido e levado ao Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro. Segundo a cunhada, Simone Queiroz, ele chegou consciente ao hospital e acenou antes de entrar na sala de cirurgia. “De acordo com os médicos, o corte atingiu a veia ilíaca, ele teve uma hemorragia interna e não resistiu. A gente não esperava”, lamentou.

Segurança

Em entrevista ainda no domingo, 9, o comandante do Batalhão de Policiamento Turistico (BPTur), tenente-coronel Teófilo Lobo, afirmou que o policiamento havia sido ampliado na área. “Reforçamos por meio de pagamento de horas extras aos policiais. Estamos aguardando maior efetivo”, afirmou. Ele disse que, entre as ações para investigar o caso, a Polícia busca imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos do entorno do local do crime.


Em relação às investigações, a Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) disse ontem, por meio de nota, que a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) realiza diligências no sentido de identificar e prender os suspeitos do assassinato. A SSPDS informou que “um plano operacional está sendo desenvolvido com a finalidade de integrar as ações entre as forças de seguranças e os órgãos municipais no sentido de unir estratégias para a realização de patrulhamento e de outras atividades em benefício dos frequentadores da área”. No entanto, também não há informações sobre o plano nem previsão de funcionamento.


Na manhã de ontem, o titular da SSPDS, André Costa, afirmou que já foi reforçado o policiamento da área. “Em fevereiro houve uma leve alta nos assaltos na região turística, mas, em março, tivemos a maior redução na Capital — já fruto desse reforço de policiamento e de algumas operações realizadas pela Polícia Civil e BPTur”, comentou.


Kildare Rufino costumava se encontrar com os amigos na região do Dragão do Mar. No Facebook, fez postagem dizendo que planejava ir para outra festa no domingo. Tinha anseio de comemorar, celebrar. De acordo com a cunhada, Simone, ele já havia sido assaltado outras vezes no entorno. “Isso sempre acontecia”, disse. Nem assim tinha perdido a vontade de estar lá.


A família e os amigos sentem que foram pegos de surpresa. “Ele é muito novo, muito amado, tem muitos amigos. A gente vai cobrar providências. Não queremos que as pessoas percam outros Kildares”, lamentou Simone. (Colaborou Rubens Rodrigues/Especial para O POVO)

O que você achou desse conteúdo?