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Justiça determina fim de embargo em resort na Praia da Lagoinha
Cotidiano

Justiça determina fim de embargo em resort na Praia da Lagoinha

Construção de empreendimento hoteleiro na praia de Lagoinha estava parada há sete anos após Ibama e MPF argumentarem dano ambiental. Tribunal Regional Federal da 5ª Região derrubou embargo alegando que demolição seria 'desproporcional'
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Após sete anos sob embargo, a obra de um resort localizado na beira da Praia da Lagoinha (município de Paraipaba) está perto de ser retomada. O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) determinou no último mês de fevereiro que Lagoinha Suítes Resort pode voltar a ser construído, depois de, em primeira instância, a Justiça Federal decidir em 2010 pela interrupção da obra.

 

A pausa no erguimento da edificação, iniciado em 2007, se deu porque o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) entraram com uma ação pedindo o embargo da obra. A alegação era a de que ela estava sendo construída em Área de Proteção Permanente (APP) e degradando a vegetação de duna do local.


Além disso, os órgãos argumentaram que as licenças emitidas pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) apresentavam irregularidades.


O entendimento do TRF-5, no entanto, foi o de que a construção do resort em APP por si só não comprovava efetivo dano ambiental e que, dado o avançar da obra, a demolição pretendida por Ibama e MPF seria ‘desproporcional’ e traria mais prejuízos ambientais que a continuidade da obra.


Além disso, o TRF-5 julgou que o Ibama deve ter atuação supletiva para esse tipo de caso. Ou seja, só pode intervir se houver omissão do órgão estadual. O que não ocorreu no entendimento do Tribunal.


“Intervenções em APPs só podem ser feitas quando há interesse social ou utilidade pública. O que não é o caso, pois se trata de um benefício privado”, argumenta Aílton Telles, autoridade julgadora no processo administrativo movido pelo Ibama.

 

Construção

A área ocupada pelo resort possui cerca de 70 mil metros quadrados. O POVO tentou localizar os diretores do grupo Fortalisboa, responsável pela construção. Advogado representante da empresa no processo judicial de embargo, Valdetário Monteiro informou que toda a diretoria se encontrava de férias em Portugal e não poderia ser localizada. “Eles devem recomeçar a obra o mais rápido possível. É algo que vai ser um ganho gigantesco para a região”, afirmou Valdetário, explicando ainda que a decisão do TRF-5 anula automaticamente a multa de R$ 100 mil imposta pelo Ibama no processo administrativo do órgão.

 

De acordo com a Procuradoria Regional da República da 5ª Região, o processo ainda não voltou do Tribunal. Somente quando isso ocorrer, o procurador responsável decidirá se o órgão irá ou não recorrer da decisão.

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