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Começa demolição do Centro de Convenções; parte do prédio vai a leilão
Cotidiano

Começa demolição do Centro de Convenções; parte do prédio vai a leilão

Um terço do terreno foi doado à Universidade de Fortaleza (Unifor) que, em troca, deveria construir um teatro para o Estado. Projeto parou na atual gestão. Enquanto não há definições, terreno acumula entulho e mato
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Um ano após a inauguração do Centro de Eventos do Ceará (CEC), em 2012, o Centro de Convenções Edson Queiroz foi totalmente desativado. O futuro do antigo prédio, na avenida Washington Soares, contudo, ainda é incerto. 

 

Deteriorada, parte da estrutura começou a ser demolida nas últimas semanas.

Em protocolo de intenções assinado em 2013 entre o governador à época, Cid Gomes, e o chanceler Airton Queiroz, o Centro de Convenções viraria um teatro com 1.800 lugares e dois auditórios para até 400 pessoas. Um terço do terreno seria devolvido à Fundação Edson Queiroz, que doou o espaço em 1973. A parcela, de 9.775 metros quadrados, abrigaria edifício da Universidade de Fortaleza (Unifor).


Porém, no governo Camilo Santana, o imóvel é considerado um dos bens “prioritários para a venda ou concessão”, de acordo com a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag). Os recursos da venda seriam destinados à Previdência Estadual, conforme o secretário Maia Júnior informou ao O POVO em janeiro. Os prédios da Exposição de Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece), do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira (IPPOO) I e da Cavalaria devem ter o mesmo fim.


Segundo a Seplag, o terreno está em fase de desmembramento, aguardando a documentação exigida por cartório. Prazos não foram informados para o leilão. Por enquanto, o terreno tem entulho e mato crescido. Parte do teto desabou.


Há 19 anos, Antônio Gonzaga vende lanches em trailer vizinho ao prédio hoje desocupado. Além do prejuízo ao comércio, ele relata a insegurança para quem transita no entorno. “É ladrão demais. Do prédio, arrombaram e levaram portões e janelas, poltronas e até instalações elétricas”.


Sobre as promessas para o terreno, Gonzaga já ouviu falar de expansão para estacionamento da universidade, construção de prédio administrativo ou mesmo novo bloco didático. Regivandro Barros, assessor da Vice-reitoria de Administração da Unifor, disse que estudos ainda são feitos no local, mas confirmou a demolição do imóvel. “Não há certeza sobre o destino do terreno e não há prazo para finalização dos levantamentos necessários”, frisou.

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“Quando chove acumula água nas lajes. É perigoso por causa dos mosquitos”, diz Roberto dos Santos, guardador de carros no acesso ao lado do prédio abandonado. A assessoria de imprensa da Unifor, em nota, disse que a instituição tem tomado “todas as medidas cabíveis para manter as condições de higiene no local”, com fumacê realizado diariamente nas dependências da universidade e ao redor do terreno. Procurada sobre as providências no terreno, a assessoria da Regional VI não foi localizada na tarde de ontem.


Para entender o abandono do projeto de teatro no local, ontem, O POVO contatou a Casa Civil, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.

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