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Violência dentro de presídios aumenta com facções
Cotidiano

Violência dentro de presídios aumenta com facções

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A juíza da 2ª Vara de Execução Penal e corregedora de presídios, Luciana Teixeira de Sousa, acredita que o estabelecimento de organizações criminosas nos presídios cearenses contribuiu para o aumento da violência entre os detentos. Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) são as principais.


Ela afirma que são necessárias ações do Poder Executivo e do sistema de Justiça, abrangendo Ministério Público, magistratura e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), voltadas à reinserção de pessoas. “Construir presídios não é suficiente”.


Ela destaca que o perfil dos presos é de pessoas com baixo índice de escolaridade, que nunca tiveram um emprego formal e vêm da extrema desigualdade social, sem moradia digna ou acesso a saúde e educação. “Não que a pobreza e a desigualdade justifiquem a prática de crimes, mas o perfil dos nossos presos fala muito”.


O defensor público Emerson Castelo Branco ressalta a falta de interesse da sociedade na elucidação dos crimes em presídios. “A sociedade está perdendo a sensibilidade. Nós temos uma sociedade em pânico coletivo e um medo permanente, que já se acostumou com a violência, ao ponto de perder sentimentos de humanidade”.


Ele considera que a sociedade não identifica dos presos como seres humanos com direito a vida, imagem, dignidade ou integridade moral. “A imensa maioria não quer que o preso se recupere e nem quer que ele melhore, quer é a vingança, quer que o preso sofra”. (Jéssika Sisnando)

 

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