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Tijuquinha é o terceiro açude a sangrar em 2017
Cotidiano

Tijuquinha é o terceiro açude a sangrar em 2017

Além do reservatório no Maciço de Baturité, estão sangrando o Caldeirões e Maranguapinho. Volume do Estado chegou a 8,06%
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Ainda era noite quando o barulho da água atravessando a barragem acordou o sono de dona Maria das Dores Lopes, 67 anos. “Quando eu acordei e abri a janela, já tinha esse mar de água”, alegrou-se a dona de casa, que mora a poucos metros do açude Tijuquinha, em Baturité, a 95,4 quilômetros de Fortaleza. Com as chuvas de ontem, o reservatório voltou a sangrar depois

de 11 meses.

[SAIBAMAIS]

“Pra gente que mora aqui perto e depende dele, é a felicidade. Quando ele tá seco, a gente anda muito pra pegar água de lavar roupa, ajeitar a casa...”, reparte Maria das Dores, que há alguns dias já guardava a expectativa de ver o açude transbordando. Da janela de casa, ela acompanhava a chegada da água e armazenava esperanças.


O açude, com capacidade para 880 mil metros cúbicos (m³), não é dos maiores do Estado. O Castanhão, por exemplo, consegue armazenar 370 milhões de m³. Dos cinco anos de seca no Ceará, o Tijuquinha conseguiu sangrar em todos, mas vinha enfrentando dificuldades este ano. Até o começo de março, estava com 19,3% da capacidade. “Eu tava preocupada de, numa altura do ano, o açude ainda não ter sangrado”, compartilhou a costureira Rosiane Pereira, que carregou o marido e a filha para ver de perto a “lavagem” do açude. “Para mim, isso é sinal de alegria. O contrário da seca é sempre muito bonito”.


Açudes

Com a sangria do Tijuquinha, sobe para três o número de açudes sangrando no Estado. Os outros são o Caldeirões, no Alto Jaguaribe, e o Maranguapinho, na Região Metropolitana de Fortaleza.

 

As chuvas de ontem também garantiram que o Ceará superasse pela primeira vez no ano os 8% do volume total de armazenamento e tem agora 8,06%. As precipitações de ontem deram ainda aporte a 88 reservatórios cearenses, de acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Isso permitiu que cinco açudes deixassem de estar secos e outros seis saíssem do volume morto. Outros 22 seguem sem água.


O aporte acumulado nos primeiros 15 dias deste mês (270 milhões de m³) é quase o dobro do que os reservatórios conseguiram armazenar em março de 2016 (150 milhões de m³). O Castanhão, que abastece Fortaleza e Região Metropolitana, é o que mais recebeu aporte neste ano. Atualmente, o reservatório tem 5,5% da capacidade, com 72 milhões de m³.

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