Logo O POVO+
Prefeitura busca autonomia para gerir instalações de fiação elétrica
Cotidiano

Prefeitura busca autonomia para gerir instalações de fiação elétrica

Últimas obras da Prefeitura seguem novos padrões. Dois documentos que tramitam na Câmara de Vereadores preveem que toda fiação seja subterrânea em até dez anos. Município quer combater poluição visual e fios sem uso
Edição Impressa
Tipo Notícia
NULL (Foto: )
Foto: NULL
[FOTO1]

Cada poste de Fortaleza pode receber até seis fios, sendo quatro de empresas de telecomunicações, um da companhia elétrica e um do Governo do Estado. Às partes, cabe a manutenção daqueles equipamentos que instalaram. Contudo, é fácil flagrar situação de abandono e número superior ao permitido nos pontos de luz da Capital. Para resolver o problema do emaranhado criado pela gerência compartilhada, a Prefeitura quer ter mais autonomia sobre o setor e planeja obrigar que as empresas tornem a fiação subterrânea.


Atualmente, os postes são de responsabilidade da Enel Distribuição, que afirma remover fios de empresas que não têm contrato para uso dos postes. Porém, conforme a Enel, empresas que têm contrato com a distribuidora são responsáveis pela manutenção de suas fiações. Portanto, se houver excesso de fios das empresas contratantes, caberia a elas removê-los.


Para possibilitar o aumento da autonomia do Executivo sobre essa questão, tramitam na Câmara de Vereadores dois projetos que estabelecem prazo de até dez anos para a mudança nos serviços públicos de energia elétrica, telefonia e similares. O Município acusa que o volume de fios por postes é superior ao permitido e há carência de fiscalização nas instalações que funcionam. A intenção do Prefeito Roberto Cláudio (PDT) é apertar o cerco contra os desrespeitos, poder que atualmente não cabe à Prefeitura.


Além da poluição visual, a população reclama dos riscos que os fios espalhados trazem. Menos de um metro separa a varanda do apartamento onde mora o empresário Ribamar Alencar, no Centro, e a fiação. “O risco fica maior ainda em época de chuva. Já aconteceu de um fio cair e uma pessoa levar um choque. É um perigo, a gente reclama, mas não adianta”, lamentou.

 

Legislativo

O Código de Obras e Posturas de Fortaleza foi encaminhado à Câmara em julho do ano passado. Ele prevê que as instalações devem ser substituídas em até dez anos. Já o projeto de lei de Ordenamento dos Elementos que Compõem a Paisagem Urbana tramita na Câmara há mais tempo, desde fevereiro de 2016. Ele proíbe fiação aérea em zonas centrais, vias expressas e paisagísticas, faixa litorânea e áreas de interesse ambiental e histórico-cultural. Pelo documento, o prazo para a substituição é de cinco anos.

 

Enquanto os documentos seguem no Legislativo, a Prefeitura começou a mudança nas obras que gerencia. Áreas no entorno dos túneis do Cocó, na avenida Alberto Craveiro e Monsenhor Tabosa receberam as novas instalações. Assim como nos viadutos da avenida Raul Barbosa. Segundo a Secretaria Municipal da Infraestrutura, a canalização subterrânea será instalada também nas avenidas Aguanambi e Beira Mar, além do Polo Gastronômico da Varjota e do Centro.

 

Gerência

A Enel informou que segue as resoluções das agências reguladoras de ocupação dos postes e realiza trabalho de fiscalização dos cabos nos 1,8 milhões de postes que gerencia.

As empresas de telecomunicações também informaram que seguem as normas técnicas estabelecidas pela companhia. A Multiplay Telecom esclareceu que utiliza apenas um cabo na rede e possui equipe percorrendo as instalações para identificar problemas. A Embratel, a Claro, a Tim e a Oi garantiram que obedecem a rígidos padrões de segurança e têm rotina de manutenção e adequação do cabeamento. 

 

Números

 

6 fios é o limite estabelecido para cada poste de Fortaleza

O que você achou desse conteúdo?