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No RJ, travestis e transexuais protestam após morte de Dandara
Cotidiano

No RJ, travestis e transexuais protestam após morte de Dandara

Manifestação foi organizada depois do vídeo onde a travesti cearense é espancada até a morte viralizar nas redes sociais. Caso ocorreu há 20 dias
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Cerca de 40 transexuais e travestis nordestinas realizaram ato de repúdio ao espancamento e morte da cearense Dandara dos Santos, de 42 anos, cruelmente assassinada no bairro Bom Jardim, em Fortaleza, no último dia 15 de fevereiro. Na noite de ontem, o grupo se reuniu no Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, mais conhecido como Feira de São Cristóvão, na Zona Norte carioca, e exigiu direito à vida.


O ato foi organizado após o vídeo do crime, ocorrido ainda em 15 de fevereiro, viralizar nas redes sociais. O caso ganhou repercussão nacional. Pelo menos cinco jovens aparecem em 1 minuto e 20 segundos de imagens de tortura. Até ontem, ninguém havia sido preso por participação na ação.


“Nos solidarizamos. Fomos tomados por um grande sentimento de dor em nossos corações pelo que aconteceu com a Dandara. A ideia foi construir esse ato, registrando na Feira de São Cristóvão, um símbolo do Nordeste nesta Cidade, um ato de repúdio à violência contra a população LGBT, principalmente a travestis e transexuais”, comentou uma das organizadoras da manifestação, a transexual cearense Wescla Vasconcelos, de 21 anos.


Acompanhado de representantes da comunidade LGBT, entre 17h e 19h30min, o grupo usou um megafone e exibiu cartazes onde se lia “Somos todos Dandara” e “Respeite as travestis”. “Ninguém pode agredir uma travesti e tirar a sua vida. De nenhuma pessoa”, disse a travesti piauiense Tertuliana Lustosa.


Repercussão

Após publicação da matéria do O POVO, no último sábado, o governador Camilo Santana (PT) se manifestou sobre o crime. “Todo e qualquer ato que atente contra a vida tem o meu mais profundo repúdio”, afirmou o chefe do Executivo estadual, através do Facebook. “Diante do repugnante e inaceitável crime do qual foi vítima Dandara dos Santos, em Fortaleza, determinei ao secretário da Segurança total empenho no sentido de identificar e punir cada um dos criminosos. Tenham certeza de que eles não ficarão impunes”, completou.

 

Camilo disse ainda que determinou reunião na terça-feira, 7, entre a SSPDS e a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para LGBT do Ceará, para que se faça um plano de proteção para as minorias, assim como tem sido desenvolvido em relação às mulheres.


O prefeito Roberto Cláudio (PDT) também se manifestou de forma solidária aos familiares e amigos de Dandara e classificou o crime como ato “covarde”. “Essa é uma expressão de violência que não podemos tolerar em nossa Cidade nos tempos atuais”, disse. (Lucas Mota e Thiago Paiva. Colaborou Márcio Anastácio, especial para O POVO)

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