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MPCE detalha como agiu cada um dos envolvidos na morte de Dandara
Cotidiano

MPCE detalha como agiu cada um dos envolvidos na morte de Dandara

Nove pessoas já foram capturadas pelo assassinato de Dandara dos Santos %u2014 entre elas, quatro adolescentes e cinco adultos. Dos 12 envolvidos, um não foi identificado. Prisões temporárias foram convertidas em preventivas
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Chegou a nove o número de pessoas capturadas acusadas de participação no assassinato de Dandara dos Santos, 42. Ao todo, agiram no crime sete adultos e quatro adolescentes. O 12º integrante do grupo ainda não foi identificado. A última prisão foi quarta-feira, 22, quando a Polícia Militar prendeu Jean Victor Silva Oliveira, 19. No mesmo dia, a 1ª Vara do Júri de Fortaleza determinou a conversão de todas as prisões temporárias em preventivas.

[SAIBAMAIS] 

Além de Oliveira, estão detidos Rafael Alves da Silva Paiva, 19, Júlio César Braga da Costa, 19, Isaias da Silva Camurça, 25, conhecido como Zazá, e Francisco José Monteiro de Oliveira Júnior, 21, conhecido como Chupa Cabras. Seguem foragidos Jonatha Willyan Sousa da Silva (idade não informada), o Loirinho Briba, e Francisco Wellington Teles, 50.


Em relatório divulgado ontem, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) descreve a participação de cada um dos acusados de assassinar a travesti na tarde de 15 de fevereiro deste ano. O documento esclarece que, apesar das horas de agressões e torturas, Dandara morreu após Chupa Cabras disparar duas vezes contra a cabeça dela. Dandara ainda recebeu pedradas de um dos adolescentes, mesmo depois de morta, o que a desfigurou.


O jovem autor da agressão e outros três estão internados em centros socioeducativos. Eles irão responder por atos infracionais análogos ao homicídio qualificado. “Só um não tinha passagem pelo sistema socioeducativo. Dos três que tinham, dois eram foragidos”, afirmou o juiz Manuel Clístenes, titular da 5ª Vara da Infância e Juventude.


Preconceitos

Os adultos são acusados de homicídio quadruplamente qualificado e corrupção de menores. A pena pode chegar a 30 anos pelo primeiro crime e a quatro pelo segundo. Eles também podem ser condenados a pagar multa aos familiares da vítima para reparar os danos causados.

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De acordo com Marcus Renan Palácio, promotor de Justiça da 1ª Promotoria do Júri de Fortaleza, o assassinato teve motivo torpe, fútil, sem chances de defesa da vítima e utilizou métodos de crueldade e tortura. “Não botei uma quinta porque não existe, mas todas as qualificadoras previstas no Código Penal incidem nas condutas desses homicidas”, acusou.


Segundo o promotor, as 12 pessoas envolvidas faziam parte de um mesmo grupo que traficava drogas na região do Grande Bom Jardim. Contudo, para ele, há outros fatores de incidem sobre a morte de Dandara. “(O crime é) impregnado de indevidos preconceitos sociais e se encontra alimentado por um reprovável e repugnante sentimento homofóbico”, disse.

 

Saiba mais
 

Além da identidade de um dos envolvidos, o promotor Marcus Renan Palácio apontou uma segunda lacuna nas investigações. Segundo ele, desde o dia 15 foram solicitadas informações à Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) sobre as ligações recebidas pelo Ciops sobre o caso.

 

Segundo ele, o prazo de 48 horas foi exercido e a pasta não respondeu.

 

Em nota, a SSPDS disse que “os dados serão encaminhados para o delegado titular do 32º Distrito Policial, que é o presidente do inquérito, para que avalie a conveniência de juntá-los aos autos”. E informou que não poderia divulgar as informações porque “o caso corre em segredo de Justiça”.

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