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Mortes por choques são comuns em construções e ligações clandestinas
Cotidiano

Mortes por choques são comuns em construções e ligações clandestinas

No Ceará e no Brasil, os riscos de choques elétricos estão associados ao manuseio da rede sem capacitação ou cuidados. Os acidentes ocorrem mesmo entre funcionários do setor elétrico
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Acidentes na construção civil, ligações clandestinas, colisões em postes e contatos acidentais com a corrente elétrica. Estes foram os fatores por trás da maioria dos acidentes sofridos pela população com a rede elétrica, conforme registros da Enel Distribuição Ceará em 2016. Enquanto ações do cotidiano podem levar a ocorrências graves, como o contato de pipas com fios energizados, os índices entre trabalhadores do setor elétrico tiveram média de duas mortes por ano entre 1999 e 2014. Os últimos dados são do Sindicato dos Eletricitários do Estado do Ceará (Sindeletro).

[SAIBAMAIS] 

No Brasil, os choques sofridos durante construções ou manutenções prediais foram a maior causa de morte dentre 14 tipos de acidentes envolvendo a rede elétrica, aponta o levantamento mais atualizado da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), lançado em 2014. Em pesquisas anuais desde 2001, este mesmo tipo de acidente liderava o número de mortes no País. Em 2014, foram 777 acidentes na rede elétrica. Neste mesmo ano, 64 pessoas morreram em choques sofridos em construções.


Como motivos mais frequentes de mortes, aparecem os choques pelo contato com cabos energizados (53 casos) e a operação de equipamentos ou guindastes (27 casos). Os dados também são de 2014. Até este ano, a Abradee compilava os dados das distribuidoras e promovia semanas de conscientização sobre segurança. Outros quatro tipos de acidentes com a rede elétrica eram focos das campanhas: ligação elétrica clandestina, instalação e reparo de antenas de televisão, podas de árvore e o contato de fiações com pipas.


No Ceará

Os dados de 2016 fornecidos pela Enel são das ocorrências na rede elétrica em que a brincadeira de soltar pipas trouxe problemas. Foram 2.337 registros no ano passado. Em 2015, este índice era de 1.109 ocorrências. Em um ano, o número subiu 110%. Além de entrar em contato com objetos pendurados na rede elétrica, a companhia explica que as pipas oferecem riscos quando há uso do cerol (pó de vidro com cola). A mistura é capaz de cortar a camada de borracha que reveste os fios, permitindo transferência de corrente elétrica.

 

As ligações clandestinas também oferecem riscos a quem manuseia cabos para improvisar o acesso à energia elétrica. No ano passado, foram 20 prisões realizadas em operações especiais com a Polícia Militar e Civil. Segundo a Enel, os bairros com maior incidência do problema são Barra do Ceará, Álvaro Weyne, Carlito Pamplona, Monte Castelo e Parque Iracema. (Thaís Brito/thaisbrito@opovo.com.br)

 

Números

 

2.337 casos de pipas na rede elétrica foram registrados no Ceará pela Enel em 2016 

 

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http://bit.ly/dicaschoques

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