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12,7 mil alunos da rede estadual têm acesso à universidade
Cotidiano

12,7 mil alunos da rede estadual têm acesso à universidade

O acesso cresceu 27%, se relacionado aos resultados do Enem 2015, segundo o Governo do Estado. Na manhã de ontem, o governador Camilo Santana recebeu no Palácio da Abolição 20 estudantes que se destacaram no exame
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Com os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016, 12.737 estudantes da rede pública cearense garantiram vagas em instituições públicas e privadas de ensino superior. Desses, 3.693 conseguiram aprovação pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 1.745 asseguraram bolsas de estudo pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), 1.730 foram selecionados diretamente para instituições públicas e outros 5.569 para privadas. O total de aprovados representa crescimento de 27% nas aprovações, se comparado a 2015 (10.035).

 

O balanço foi apresentado ontem pelo governador Camilo Santana (PT), que recebeu no Palácio da Abolição 20 estudantes que se destacaram a nível estadual no Enem.


Entre os que foram ao palácio conversar com o governador, estiveram Samuel Fernandes, 17, aprovado em 1º lugar para medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC) de Sobral; Antonia Kanindé, 18, que vai estudar museologia na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); Pedro Matheus, 18, que alcançou nota para ingressar em 14 instituições de ensino superior diferentes e Amanda Sampaio, 18, que vai realizar o sonho de aprofundar seus conhecimentos em música na UFC de Fortaleza.


História

Samuel Fernandes mora no sítio Pitanguinha, a 12 quilômetros da sede de Tianguá, onde estudava. “Meus pais são agricultores e não tiveram oportunidade de concluir o fundamental”, compartilhou o garoto, que, até iniciar o ensino médio em escola profissional, não tinha pretensões de cursar universidade.

 

Para Samuel, estudar não significou reclusão. “Não dá pra focar só no estudo porque você se cansa rápido. Agora, se há uma quebra na rotina com entretenimento, você consegue voltar com ânimo. Além disso, não abri mão das redes sociais”, ensinou.


Pedro Matheus Pinheiro, de Quixeramobim, também não abdicou do lazer. A preparação foi gradual ao longo do ensino médio, com estudos para olimpíadas e outros vestibulares. “Eu participava para adquirir conhecimento”, afirmou. Das 14 aprovações, ele optou por cursar engenharia elétrica na federal de Sobral — onde está como suplente. O diferencial do estudante de escola pública, para Pedro, está no protagonismo. “Você tem de ir atrás dos seus sonhos e lutar pelos seus ideais. Isso me ajudou a conhecer as pessoas. O Enem trabalha isso, você tem que ter um lado crítico, adquirir conhecimento da sociedade”, completou.


Já Antonia Kanindé, indígena pertencente ao povo homônimo, em Aratuba, teve uma preparação mais focada, com oito horas de estudo diárias e a pressão de ajudar em casa após a morte da mãe — que aconteceu dez dias antes da segunda vez em que Antonia se submeteu ao Enem. “A dica é escolher primeiro o que você quer. Não adianta tentar estudar tudo e não se adequar a um campo que goste”, recomendou a garota, que passou seis anos aprendendo de forma independente sobre museologia antes de decidir profissionalizar.


Amanda Sampaio lembrou o apoio da família. “Acho que é fundamental, sabe? A família acreditar”. E relatou a rotina diária: “Eu andava todo dia uns 6km pra chegar à escola, num sol horrível de quente”.


Saiba mais


Segundo o governador

Camilo Santana, até o fim deste ano o Estado deve lançar programa de auxílio ao egresso do ensino médio que conseguiu entrar para a universidade. Os detalhes estão em estudo pela Secretaria da Educação.

 

Os cursos onde os estudantes da rede pública se destacaram, entre outros, foram: enfermagem, administração, fisioterapia, pedagogia e direito.

 

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