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Travesti é agredida no Pré-Carnaval e está em estado grave
Cotidiano

Travesti é agredida no Pré-Carnaval e está em estado grave

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Uma travesti foi espancada na avenida José Bastos, na madrugada do último domingo, 12, após voltar de uma festa de Pré-Carnaval, de acordo com relatos de familiares. A vítima, Hérica Izidoro, 24, deu entrada no Instituto Doutor José Frota (IJF) e foi reconhecida pela irmã na terça-feira, 14. Ela sofreu traumatismo craniano e o estado de saúde é grave.

 

Hérica saiu com amigos para uma festa no bairro Jardim América, ainda no sábado, de acordo com a irmã, Patrícia Castro de Oliveira, 33. Na terça-feira, ela ainda não havia retornado.


O coordenador do Centro de Referência LGBT, Téo Cândido, conta que desde que recebeu a denúncia de agressões à travesti, a entidade iniciou busca ativa pelos familiares, para que um boletim de ocorrência fosse registrado.


Após reconhecerem Hérica no IJF, a irmã e a mãe buscaram informações pela região da José Bastos, mas não conseguiram nenhum detalhe preciso sobre as agressões. “Tem um bar na esquina e um rapaz, muito debochado, disse que uma travesti apanhou ‘até dizer chega’. Eu respondi que era minha irmã e ele não sabia o que era a dor da família”, relata. O caso está sendo acompanhado pela Coordenadoria de Políticas para Diversidade Sexual, por meio do Centro de Referência LGBT Janaína Dutra.


Patrícia cita que tentou registrar um BO em uma delegacia da área ainda na quarta-feira. “Fizeram muitas perguntas e eu fui logo embora (sem conseguir fazer o registro). Hoje (ontem), a gente foi muito bem tratada, apenas abriram o BO sem perguntar muito”, diz.


A família teme as sequelas deixadas pelo espancamento, ainda conforme Patrícia. “Minha mãe está desorientada porque, se ela (Hérica) se recuperar, vai ser uma criança, perdeu massa encefálica e teve traumatismo craniano. Não tem nenhuma outra motivação para isso além do fato dela ser travesti. Então a gente só queria justiça “, afirma.


A advogada Roberta Lima acompanha os familiares de Hérica e solicita a investigação do caso. “Nós queremos provas para fundamentar e dar início ao inquérito. A dificuldade é conseguir testemunhas”, comenta.(Amanda Araújo)

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