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Crime ambiental, técnica provoca morte de plantas no Parque Manibura
Cotidiano

Crime ambiental, técnica provoca morte de plantas no Parque Manibura

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Árvores de médio porte na rua Coronel Honório Vieira, no Parque Manibura, foram “aneladas”. A técnica extrai parte do caule e é usada para provocar a morte das plantas por inanição, o que é considerado crime ambiental. 

 

Moradores reclamam da ação e buscam os responsáveis. Denúncias foram protocoladas na Secretaria Municipal do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma). O órgão informou que o infrator será autuado.


O anel retirado da parte mais externa da planta impede que os nutrientes capturados pelas raízes cheguem aos galhos. Conforme explicou Marise Léo, membro do Movimento Pró-Árvore, a ação cria “ferida” no tronco, tornando-o mais vulnerável a pragas e parasitas. “Nem todas as árvores morrem, mas a grande maioria sim. Pode ser em três ou até seis meses, depende do clima, da idade e do tipo de planta”, explicou.


Pessoas da vizinhança fizeram enxerto para tentar recuperar o fluxo de seiva. Eles retiraram fatias de outros pontos da casca e inseriram na região danificada. “Fizemos só com um pedaço, mas foi muito pouco. Como os caules são finos, não será suficiente”, comentou moradora que pediu para não ser identificada.


Duas denúncias foram encaminhadas à Prefeitura desde a semana passada. Ações que destroem ou danificam plantas em espaços públicos são passíveis de multa de R$ 50 a R$ 50 milhões. Como alternativa, a lei permite ao infrator assinar termo de compensação ambiental. Nestes casos, o montante é revertido na distribuição de mudas.


Os moradores acusam o síndico do condomínio Saint Garden pelo anelamento. As árvores enroscam na cerca elétrica do local. “Perguntamos ao rapaz que estava cortando quem era o responsável, ele disse que era o síndico”, disse a moradora. Produtor de eventos que trabalha há poucos metros do local, Regino Albuquerque também alertou para a possibilidade das plantas facilitarem a entrada de invasores nas casas. “Poderiam ter feito a poda, que era até mais fácil”, destacou.


Conforme a Seuma, equipe de fiscalização constatou crime ambiental. O responsável pelo ato foi identificado e deve receber auto de constatação. A pasta não informou o nome do infrator nem confirmou se ele seria de fato síndico do condomínio.


O POVO foi até o condomínio na manhã de quarta-feira, 22, mas foi informado que o síndico não estava. A reportagem ainda ligou à tarde e à noite em busca do responsável pelo prédio, mas o número de contato não foi repassado. O POVO ainda deixou telefone de contato, mas as chamadas não foram retornadas. (Igor Cavalcante)

 

Serviço

 

Denúncia de corte irregular de árvore

Seuma: 3452 6923

Site: bit.ly/2l0Xp7C

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