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Domitila Andrade

domitilaandrade@opovo.com.br

Fortaleza e Região Metropolitana economizaram 1,06 milhão de metros cúbicos (m³) de água em dezembro de 2016 — o que perfaz 8,8% de redução de consumo no comparativo com a média obtida entre outubro de 2014 a setembro de 2015. Não é nem metade dos 20% impostos pela tarifa de contingência, aplicada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Ainda assim, é a maior economia desde que foi implementada a tarifa, em dezembro de 2015.

[SAIBAMAIS]

Para a Secretaria dos Recursos Hídricos, o índice é reforçado por outras ações e a redução do consumo chega a 22%. “Medimos a economia sob outro parâmetro, que é comparando com 2014 (o terceiro ano da seca, a situação hídrica era mais confortável e ainda não havia uma campanha para redução). Na nossa conta entra a diminuição da oferta (da água que vem dos açudes) para a Cagece”, detalha Francisco Teixeira, titular da SRH.

Ele afirma que, juntando os dois fatores, a economia do consumo doméstico é de 17% — e chega aos 22% na Capital e RMF com a diminuição também atingida pelo setor industrial.

Nos 12 meses, a economia foi de 7,84 milhões de m³ — novamente, em comparação com a média calculada de outubro de 2014 a setembro de 2015. A economia do ano equivale à água consumida na Capital em dezembro. A Cagece aponta que o “consumo individual, por ligação de água, no mês de dezembro foi o menor dos últimos 36 meses”.

Diante do prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) — que indica 40% de chance de chuvas em torno da média —, há a preocupação de que os consumidores relaxem nas medidas de uso moderado da água.

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Para o gerente de Concessão e Regulação da Cagece, João Rodrigues Neto, enquanto há situação de emergência, não se pode arrefecer na economia. “As pessoas não podem parar de economizar, porque os mananciais não pegaram recarga com as chuvas de pré-estação e o prognóstico não garante que o aporte seja significativo na quadra chuvosa”, diz. O secretário completa: “Não podemos arredar o pé”.

Tarifa de contingência

O número de consumidores que deixaram de pagar a tarifa de contingência diminuiu cerca de 11,5% — passando de 276 mil clientes em novembro para 244 mil no último mês de 2016.

 

No último mês do ano passado, a arrecadação com a tarifa foi de R$ 8,1 milhões com a tarifa de contingência. Foram arrecadados no ano todo R$ 72,8 milhões com o mecanismo. O valor é destinado ao enfrentamento da seca.

 

Números

 

20% é a meta de redução do consumo imposta pela tarifa de contingência