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Júpiter e a Virgem no céu de abril

17:00 | 08/04/2017
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Dermeval Carneiro

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Caros amigos leitores da coluna Visões do Cosmos, o mês de abril nos traz dois presentes celestes: a rica e bela constelação da Virgem, que reaparece no céu noturno, e o gigante Júpiter com suas Luas Galileanas.


Hoje vamos descrever um pouco de mitologia e história e, a apresentação de objetos importantes para observação por parte dos amantes da mãe de todas as ciências – a Astronomia.


Dentre as constelações zodiacais: Carneiro, Touro, Gêmeos, Caranguejo, Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. A constelação da Virgem (Virgo) é a única que se refere a uma imagem feminina, que é representada por uma jovem segurando uma espiga de trigo.


Existem várias representações para essa constelação. Para os egípcios, Virgo representava Ísis, esposa de Osíris. Já os gregos a consideravam como Démeter, a deusa da Terra e da Agricultura. Muitos nomes foram atribuídos à jovem que representa Virgo, dentre eles: Erígonia, Cíbele, Urânia, Ísis, Istar-Astoreth. Para os antigos árabes ela era apenas AL ADHARA AL MATHI-FAH, a Inocente Virgem.


Na tradição greco-romana era identificada com a deusa Astraea, personificação da Justiça, filha de Zeus e Themis. Outra versão identificava a constelação com Perséfone, filha da deusa da colheita, Ceres. Sua ligação é forte em cultos agrários para a fartura de colheitas. Sendo uma das constelações zodiacais dos tempos antigos, Virgem homenageia as virtudes vivificantes das mulheres.

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A grande constelação da Virgem enche o céu a partir das 20h. A principal estrela (alfa) da constelação é SPICA – do latim, Espiga (de trigo). Os hebreus chamavam a estrela SHIBBOLETH, os persas CHUSHE, os turcos SALKIM, os sírios SHEBBELTA, de idêntica significação. Trata-se de uma estrela muito importante, pois, junto com REGULUS (alfa da constelação do Leão), possibilitou a Hiparco, o maior astrônomo da antiguidade, a determinação do movimento da Terra conhecido por precessão dos equinócios. Aristilo e Timócaris, observando o seu deslocamento, determinaram a duração do ano. Spica é uma estrela azul, binária e cerrada, sua massa é dez vezes maior que a do Sol. Seu formato é elipsoide pela distorção que a sua companheira exerce sobre a forma de Spica. Sua distância estimada é 260 anos luz de nós.


É nessa constelação que se encontra o famoso aglomerado da Virgem – um conjunto de mais de mil galáxias. É considerado o maior aglomerado de galáxias do grupo local. É possível observá-lo usando um par de binóculos. As minúsculas manchas de luz são galáxias, longe da nossa própria Via Láctea, cada uma iluminada com a luz de bilhões de estrelas.


Durante todo o mês, o amante de Urânia pode observar o gigante Júpiter e as quatro luas que Galileu descobriu em 1610 logo acima e à esquerda de Spica. Olhando para o nascente (Leste), a partir das 20h, o observador notará um astro muito brilhante. Ele não cintila (não pisca) e não é uma estrela — é o magnífico planeta Júpiter que ressurge no céu noturno com toda sua exuberância. Num céu sem nuvens, pode ser observado com pequenos telescópios até mesmo nas grandes cidades.


Júpiter é o quinto planeta em ordem de afastamento do Sol e o maior planeta do Sistema Solar. Sua massa é menor que um milésimo da massa do Sol, mas é duas vezes e meia a massa de todos os planetas juntos e 1.300 vezes maior que a Terra. O seu ano (revolução em torno do Sol) equivale a quase 12 anos terrestres. Apesar de gigante, ele gira muito rápido: seu dia (rotação em torno do eixo) dura pouco menos de 10 horas.


O planeta Júpiter possui mais de 60 luas, dentre elas destacam-se os quatro Satélites Galileanos — Calisto Ganimedes, Io e Europa, descobertos por Galileu Galilei em janeiro de 1610, que podem ser observados através de pequenos telescópios.


Tal como Saturno, Urano e Netuno, Júpiter possui um finíssimo sistema de anéis, somente detectado em fotos tiradas por sondas espaciais quando próximas do planeta.


Júpiter é um planeta gasoso composto principalmente de hidrogênio e hélio, embora possua um núcleo com elementos pesados. Juntamente com Saturno, Urano e Netuno, Júpiter é um dos quatro gigantes gasosos.


Outro destaque é a famosa “mancha vermelha”, um fenômeno na atmosfera de Júpiter que já dura mais de 300 anos e é tão grande que pode “engolir” a Terra.


Em julho de 1994, mais de 20 fragmentos do cometa Shoemaker-Levy 9 chocaram-se com o Hemisfério Sul de Júpiter, sendo o fenômeno astronômico mais significativo do século XX.


Outro fenômeno astronômico que pode ser observado ainda no mês de abril é chuva de meteoros Liríadas, que será melhor vista nas primeiras horas da manhã do dia 22. Sob um céu escuro, você poderá ver até 20 meteoros brilhantes por hora.


Para os amantes da Astronomia, existem duas excelentes oportunidades para observar as crateras da Lua e o planeta Júpiter no próximo mês de maio: uma é visitar o programa Noites das Estrelas, que ocorre mensalmente no pátio do Planetário Rubens de Azevedo do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, onde são disponibilizados telescópios de boa performance e é gratuito. Em maio, o Noite das Estrelas será nos dias 2 e 3 às 19h. A outra oportunidade é visitar o programa O Céu da Seara, também gratuito, que ocorre mensalmente na Seara da Ciência (UFC). E-mail: seara@ufc.br ou pelo telefone: 3366 9245.


Lembrar sempre: Com céu nublado não haverá observação em ambos observatórios.


BOM PARA CURTIR

www.facebook.com/planetarioRA

www.seara.ufc.br

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