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Com Trump, não há o que piorar para o melão do Ceará

17:00 | 04/02/2017

Não há muito o que piorar para o Brasil na relação com os Estados da Era Trump em se tratando de melão, o principal exportado pelo agronegócio do Ceará. Hoje, a fruta já tem uma taxa de importação de 28%, a mais alta possível no arsenal da defesa norte-americana. Poucos produtos estão neste patamar. Ao mesmo tempo, México e países da América Central têm alíquota zero. O maior exportador de melão do País, Luiz Roberto Barcelos (Agrícola Famosa), esta semana nomeado presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, a Confederação Nacional da Agricultura, diz que isto explica por qual razão o Brasil não tem como competir. O setor já luta há tempos para baixar. Agora com Trump, naturalmente, nada aponta para redução. Contudo, a esperança e o melão são os últimos que murcham: caso o presidente aumente a alíquota para México e países da América Central, por tabela, o Brasil pode florescer no jogo. De todo modo, o que preocupa mesmo os exportadores, diz Luiz Roberto, é o dólar. A moeda caindo por conta da preocupação com Trump vai ajudar no Free Shop, mas vai prejudicar muito o setor, já esturricado pela seca.


SIMBÓLICO, IOGURTE NÃO COALHA

A cearense Companhia Brasileira de Laticínios (CBL), dona da marca Betânia, está duplicando a fábrica de iogurte de Morada Nova. O diretor-presidente, Bruno Girão, diz que a produção está estrangulada ante o aumento da produção no ano passado. Segundo Bruno, eles têm hoje 12% de participação no segmento no Nordeste. “O plano é dobrar em cinco anos”. Hoje, apesar do desempenho, a Betânia ainda é muito concentrada no Ceará – ingere 28% do mercado.

Nos anos dourados da Era petista, o iogurte virou o símbolo da ascensão no consumo da Classe C. E segue sem coalhar. Bruno diz que o produto está nas geladeiras das famílias, o que mudou foi a marca, não apenas na classe C. “Aconteceu o trade down, no qual as pessoas deixaram as marcas Premium e as marcas regionais se beneficiaram”. Além do crescimento orgânico, a CBL mira em oportunidades. “Temos olhado sim”, agita. No ano passado, fez duas compras. Uma em Sergipe (indústria de queijo) e outra de iogurte, em Campina Grande (PB), a marca Lebom.


CEARÁ-MARANHÃO


Blitz eletrônica

As empresas cearenses Verde Tecnologia e Atlanta Tecnologia de Informação ganharam o edital da Secretaria da Fazenda do Estado do Maranhão (Sefaz-MA) para o fornecimento de 20 Blitze Eletrônicas Inteligentes. O sistema cearense reconhece e analisa digitalmente as placas dos veículos por meio da captura de vídeo. Vende como diferencial a portabilidade. O equipamento pode ser transportado e operado por uma única pessoa. Os olhos do Governo do Maranhão brilharam porque o equipamento permite realizar fiscalizações sobre vários aspectos, tanto de segurança como de IPVA não pago. Cearenses, as empresas sonham em atender o Governo do Ceará.

 

JOGO RÁPIDO

CHAPA QUENTE. Do economista Sérgio Aquino (UFC): “Temer aumenta despesas públicas, cria ministérios e dá foro a Moreira Franco. Não é à toa q era vice de Dilma. Só resta mesmo torcer pelas reformas econômicas e atuação correta do BC”.

 

COMBUSTÍVEL

Lixo vira gás este ano
O lixo de Fortaleza começará a gerar biogás este ano. Será será vendido para a ainda estatal Cegás e para a indústria cerâmica Cerbrás. O projeto GNR (Gás Natural Renovável) Fortaleza é um investimento da Ecometano em sociedade com a Ecofor (do Grupo Marquise). Em suma, vai captar e tratar o biogás gerado no Aterro Sanitário de Caucaia. É para lá onde segue o lixo da Grande Fortaleza. Fica pronto em julho.

COMBUSTÍVEL II

Até 100 mil m³ de capacidade
A usina terá capacidade para produzir até 100 mil m³ de biometano por dia, cerca de 36,5 milhões de m³ por ano. A parceira da Ecofor no negócio pertence à MDCPAR, grupo brasileiro de participações e investimentos em infraestrutura, criado em 2009, com atuação no mercado de energia. Sócios privados controlam 53% e o FI-FGTS, fundo de investimento da Caixa Econômica Federal os demais 47 %.

TERMÔMETRO

Lufada de ar fresco
A cearense EIM viveu as agruras de um mercado deprimido e sem investimentos nos estertores da Era Dilma, mas desde o segundo semestre do ano passado vem sentindo uma lufada de ar fresco na praça. A empresa de Nivaldo Teixeira toca as obras citadas na Coluna (GNR e CBL) e ainda a ampliação da Aeris Energy. Na Aeris, cumpre o seu terceiro contrato da fabricante de pás de rotores para turbinas eólicas, no Complexo do Pecém. A obra deve começar ainda este mês. 

 

HORIZONTAIS

 

* TOSTADINHO A MAIS. A Coluna apurou que M. Dias Branco mantém o apetite aberto para massas e biscoitos. Este ano pode marcar novas aquisições pela única companhia cearense listada na Bovespa – pelo menos por enquanto. Na mira, pelo menos três pacotes. * FARRA E FACA . A farra do executivo do Banco BTG Pactual, de André Esteves, em Nova York, como noticiou o novaiorquino Daily News - com supostos US$ 340 mil (cerca de R$ 1,1 milhão) não pagos de imediato, mas negociados depois com uma boate, não traduzem o espírito da equipe do Banco. Os jovens executivos andam mais aguerridos do que nunca, com a faca nos dentes.

 

Por Jocélio Leal

 

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