PUBLICIDADE
VERSÃO IMPRESSA

Lições da produção de rosas para o Ceará

2017-06-24 01:30:00
NULL
NULL
[FOTO1]

O desencanto diante da crise política às vezes rouba a atenção sobre os resultados do trabalho de pessoas que conseguem empreender, gerar emprego e mudanças culturais. Mesmo com os problemas conjunturais do país, desafios de estrutura e logística, projetos inovadores, considerados em vários momentos inconcebíveis, amadurecem no Ceará. Esse é o caso da CeaRosa e daReijers, instalados no final da década de 1990, em São Benedito, a 360 km de Fortaleza, na Serra da Ibiapaba.


Ambas as empresas trabalham com a produção de rosas, proporcionam aproximadamente 550 empregos diretos, e continuam investindo em inovação de produtos e novos mercados. Quinta-feira, uma visita proporcionada pela Adece, pelo Instituto Agropolos e pelo deputado Carlos Matos (PSDB), mostrou outro Ceará, que não sofre os efeitos da seca como a maioria das regiões do semiárido nordestino.


Uma comitiva que contou com a presença da presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, do secretário de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração, Marlon Cambraia, e do presidente da Associação Brasileira de Irrigação, Helvécio Saturnino, acompanhou os detalhes das explicações técnicas. A coluna também teve a oportunidade de conhecer as companhias. Com estrutura de poços que garante o fornecimento de água para a irrigação, e um clima com temperatura média de 22 graus, são produzidas 1,5 milhão de hastes de rosas, somente pela Reijers.


SEGMENTAÇÃO


NICHOS DE MERCADO


Eis algumas das conclusões da visita: 1)É preciso investir em nichos de mercado; 2) O governo deve ter o papel de indutor e depois deixar a iniciativa privada realizar o seu trabalho; 3) É necessário entender as etapas dos processos para criar modelos para outras companhias.


REIJERS


CRESCIMENTO DE 15%


A fazenda da Reijers, em São Benedito, continua contratando profissionais, apesar da conjuntura difícil do País. Para este ano, a previsão é empregar mais 55 pessoas, manter os investimentos e crescer 15%. O gerente da companhia, Gustavo Rosa, um mineiro predestinado a trabalhar com flores, explica que o mercado continua desafiador, mas, em 2016, a companhia conseguiu essa média de elevação de resultados.


Como? Resposta: trabalhando a visão dos compradores. A empresa tem incentivado a formação de mercado interno através do varejo. A venda de flores não está restrita a apenas algumas datas comemorativas: um setor forte e parceiro é o de eventos, que garante compras durante todo o ano; também surge mais regularidade no interesse pelo produto pelas famílias, com a inclusão das flores entre os itens de oferta nos supermercados.


COMÉRCIO


EXPORTAÇÕES SEM LOGÍSTICA


Quando foi iniciada a produção de rosas no Ceará, o grande destino era o mercado externo. As exportações, entretanto, sucumbiram diante dos problemas de logística. Carregamentos de flores chegaram a ser retirados de aviões de passageiros. O risco da operação aumentou e as empresas desistiram desse segmento.


Através da formação do mercado interno, as companhias continuaram crescendo. Gustavo Rosa conta que de cinco em cinco anos há novos lançamentos de produtos, ajudando a revigorar o setor.


CEAROSA 1


DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS


A CeaRosa chegou a São Benedito em 1999. Foi pioneira na cultura de rosas, mas tem diversificado sua produção. Gabriela Selbach, gerente comercial da companhia e filha do empresário Paulo Selbach, que veio do Rio Grande do Sul para implantar o projeto, explica que o mercado interno está consolidado, mas a empresa resolveu aderir a outros nichos.


Por quê? Ela responde com outra pergunta: “Quantas vezes você come por dia?”


CEAROSA 2


CULTIVO DE PIMENTÃO


A empresa criou a CeaRosa Vegetais, que produz pimentão colorido do tipo block em estufas, sem defensivos e embalado individualmente, que atende o Nordeste. Além do pimentão, há experiências com a produção de tomate cereja e brócolis. Ou seja, atende outros nichos com potencial de aumento de consumo.


EDUCAÇÃO


POLO UNIVERSITÁRIO SANTO INÁCIO


O Colégio Santo Inácio fechou parceria com a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), com a Universidade Católica de Quixadá (Unicatólica) e com o Movimento Jesuíta “Fé e Alegria” e montou um polo universitário. A pedra fundamental do projeto será lançada amanhã e a inauguração do empreendimento é prevista para agosto. Detalhe: o colégio continuará oferecendo educação básica.


Quem tem muito dinheiro pode especular; quem tem pouco, não pode; quem não tem nenhum, precisa”

André Kostolary (1906-1999), especulador húngaro

RÁDIO


O POVO Economia da Rádio O POVO CBN (FM 95.5), a partir das 14 horas, de segunda a sexta.


TV


Você pode assistir ao programa O POVO Economia também através do portal: tv.opovo.com.br/opovoeconomia.

 

TAGS