Economistas do Ceará já veem um túnel com saída para melhorar a conjuntura nacional. Falta agora visualizar a luz.

O Boletim Conjuntural de 2017, lançado ontem pelo Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), apresenta análises com expectativas para a política monetária, ajustes externos e previsão de uma tímida e gradual saída do quadro de recessão.

O presidente do Corecon-Ceará, Lauro Chaves, explica que a grande expectativa do mercado é com o aumento da previsibilidade do ambiente econômico. “Como existe um gap temporal entre a decisão da política monetária e a reação da inflação, o comportamento de muitas variáveis desvia sem que haja tempo para correção do BC ainda dentro do ano”, acrescenta.

Ou seja: se deseja tanto um ambiente mais previsível acerca do comportamento da inflação para decisões empresariais quanto uma avaliação de projetos de investimento. O ponto positivo ressaltado é a credibilidade do Banco Central, “de onde se espera uma ação firme diante de qualquer desvio de rota”, diz Lauro Chaves.

CEARÁ

BOLETIM CONJUNTURAL

A publicação do Boletim Conjuntural do Corecon-CE foi iniciada no ano passado e vem sendo utilizado por outros estados. Lauro Chaves diz que os Corecons de Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Espírito Santo têm utilizado o documento nas suas análises. Ele conta que a ação foi pioneira no Ceará e agora se espalha para outros locais.

Na edição do primeiro trimestre de 2017, constam avaliações de Lauro Chaves; Ricardo Eleutério, vice-presidente do Corecon-CE; e dos consultores José Maria Porto e Melquisedeck Santo.

EQUILÍBRIO

GASTOS E RENDA

Os supermercadistas começam a detectar alguns aprendizados propiciados pela crise. Em relatório apresentado pela consultoria Nielsen, um dos pontos que chama atenção é que, apesar da retração na renda, as famílias estão equilibrando mais seus gastos. Pelo levantamento feito em fevereiro, essa é a primeira vez, desde 2013, que os gastos não superam a renda.

NOVOS PLANOS

ALTERNATIVAS PARA A MONSENHOR TABOSA

 

Estão sendo estudadas alternativas para a Avenida Monsenhor Tabosa, que vem sofrendo com o fechamento de lojas. Ontem, o superintendente do Sebrae-CE, Joaquim Cartaxo, o secretário-executivo da Secretaria do Turismo de Fortaleza, Erick Vasconcelos, e a nova diretoria da Associação dos Lojistas da Monsenhor Tabosa (Almont) estiveram juntos para iniciar o desenvolvimento de estratégias para a área.

PRAIA DO FUTURO 1

SEM DERRUBADA DE BARRACAS

Como a coluna já havia antecipado, grupos defensores das barracas na Praia do Futuro vêm se articulando e lançando manifestos contra a ação do Ministério Público Federal (MPF), que permitiria a demolição dos comércios na orla. Foi lançado inclusive um alerta sobre a possibilidade de “favelização” da área, com invasões de terrenos.

O procurador da República no Ceará, Alessander Sales, entretanto, diz que há um problema de interpretação. Ontem, em entrevista ao O POVO Economia na rádio O POVO/CBN, ele reforçou que não haverá demolição das barracas, mas uma requalificação, que seria feita junto com a Prefeitura de Fortaleza.

PRAIA DO FUTURO 2

INSEGURANÇA JURÍDICA

A ação do MPF tem assustado o setor. O vice-presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Ceará (Abrasel-CE), Ivan Assunção, ressalta que o número de estabelecimentos na orla tem diminuído, em função da insegurança jurídica.

Esse é um problema antigo: faltam regras claras para que os negócios possam se desenvolver.

PREVIDÊNCIA

DEBATE SOBRE A VIDA

O debate sobre a reforma da previdência deve esquentar. Os discursos não podem ser centrados apenas nos discursos contábeis, mas também em quanto custarão as mudanças estabelecidas para as famílias. Ontem, o senador José Pimentel (PT-CE) mostrou os prejuízos para os trabalhadores rurais. Um dado deve ser posto nessas contas: quanto se gastará mais com possíveis prejuízos sociais em um País tão desigual.

Usa-se a estatística como um homem bêbado usa um poste, mais para apoiar que para iluminar”

Andrew Lang (1844-1912), escritor escocês

RÁDIO

O POVO Economia da Rádio OPOVO/CBN (95.5), a partir das 14 horas. Destaque para o “Sobe e desce da economia”, com o jornalista Nazareno Albuquerque.