O POVO publicou, na terça-feira passada (23/5), na editoria Política, um importante levantamento sobre os repasses do Governo do Ceará para a empresa JBS a título de concessão de incentivos de ICMS. A pesquisa feita no Portal da Transparência - portanto, pública - mostrava que o Estado havia repassado R$ 111,6 milhões para a empresa entre agosto e outubro de 2014. Só que a matéria deixou os leitores confusos, pois embaralhou as datas.
A confusão se deu porque o texto afirmava que não teria havido repasse entre 2015 e 1017, enquanto o quadro informava repasses do Governo do Ceará em 2015 e 2016. Leitor enviou uma imagem do quadro e informou: “Aqui, diz-se que houve repasse em 2015”. Logo em seguida, enviou o texto apontando: “Aqui diz-se que não houve”. Outro usuário também enviou imagem do quadro questionando: “Não batem as datas. Segundo a matéria, as liberações foram em 2013 e 2014...”. Outro detectou a incongruência e ligou para perguntar qual o ano correto de repasse. Os tropeços não foram somente nos anos. A manchete do O POVO naquele dia informava na linha fina (que fica logo após a frase principal da página) que o montante para a JBS havia sido de R$ 110 milhões em 2014. A matéria dizia que foram R$ 111,6 milhões (ver fac-símile).
[FOTO1]
No caso do ano que não combinava, apontado pelos leitores, a incorreção estava no quadro. No dia seguinte (25/5), o elemento gráfico foi reproduzido com a seguinte explicação: “O quadro está sendo republicado, porque, na edição de ontem, houve um equívoco em relação ao período de repasses de verba do governo para a JBS. Eles se deram em 2014, e não em 2015 e 2016”. Fazer a correção foi acertado. Quando à informação publicada na capa, até o fechamento da coluna no sábado (26/5), ainda não havia sido corrigida.
Não faz muito tempo que falei neste espaço sobre o mesmo assunto. Para ser mais específica, no dia 16 de abril passado. Repetir o tropeço com números em matéria tão importante num curto espaço de tempo exige tomada de providências e atenção redobrada na hora de fazer a revisão.
DEMORA EM CORREÇÃO
O caderno Populares do O POVO passou recentemente por uma reforma gráfica que deu mais visibilidade aos anúncios. No entanto, chamou atenção de um leitor um erro que foi reproduzido por vários dias no título fixo da página “Funerais e Orações”. No dia 17 de maio, ele apontava a falta de uma letra (s), que deixava a frase com erro de concordância: “Vocês não estão lendo o que escrevem?” No mesmo dia, enviei o relato do leitor no comentário interno para que providências fossem tomadas. Mas resolver o problema não foi rápido.
Na segunda-feira passada (22/5), voltei a comentar que a correção ainda não havia sido feita. À tarde, o leitor se manifestou de novo. “Nunca imaginei que acrescentar um ‘s’, em uma palavra, fosse tão complicado num jornal. Há vários dias falei com V. Sa. sobre o erro de concordância da última página dos classificados: ‘PLANO ASSISTENCIAIS’, e o mesmo perdura. Seria de bom alvitre indicarmos o jornal para aprendermos português?”
Somente no dia seguinte (23/5), o erro foi corrigido. Ele enviou novo email agradecendo e pedindo desculpas ‘pelos aborrecimentos’. Ao leitor, não cabia se desculpar. Quem deveria se penitenciar era O POVO, que passou oito dias para arrumar um simples ‘s’ numa palavra. Ao insistir na correção, o leitor mostrou zelo pelo jornal que lê. A perseverança dele foi essencial para a correção daquela concordância malfeita.
NOTÍCIAS ONLINE: NEM TUDO É ENGRAÇADO
Uma postagem feita no Facebook do O POVO, na quinta-feira passada (25/6), causou indignação em leitora que questionou, em sua página na rede social, o teor jocoso com que se tratava uma agressão à mulher. A usuária alertava que a vítima havia sido agredida com pedaço de madeira, chutes e socos, e a apresentação não deixava transparecer a seriedade do caso. Ela tinha razão. Pelo título da publicação – “Música de Marília Mendonça faz casal parar na delegacia” – e pela introdução, simplesmente reproduzindo trecho da música, não era possível saber da gravidade do ocorrido. Nos comentários da matéria, outras pessoas já haviam alertado para o fato.
Após enviar o comentário da leitora para a Redação, a matéria foi retirada das redes sociais do O POVO. Mais uma vez, fica claro que um portal de notícias não deve estar refém de curtidas e reações do usuário. Nem todas as postagens precisam ter o tom engraçado ou fofinho. A notícia até poderia ser reproduzida, mas não com o título que foi dado a ela. O caso – uma mulher apanhar por causa de uma música – era sério e precisaria ser tratado como tal. Além disso, é necessário ficar alerta aos comentários. No meio de tantas postagens sem nexo deixadas nas notícias, ainda é possível encontrar, entre elas, algumas com a seriedade e a consciência que o jornalismo deseja.
PARA ACIONAR A OMBUDSMAN
Os leitores das diversas plataformas do O POVO podem entrar em contato com a ouvidoria pelo WhatsApp (85) 98893 9807; por email (ombudsman@opovo.com.br) e por telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman pessoalmente se necessário. Basta ligar e agendar.
Por Tânia Alves
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.