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Entre a greve geral e a penitenciária futura
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Entre a greve geral e a penitenciária futura

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Tânia Alves

Na sexta-feira passada 28/4), enquanto os jornais Diário do Nordeste e O Estado colocavam a convocação da greve geral como principal assunto do dia, O POVO preferiu apresentar como manchete um estudo sobre a criação de uma penitenciária de segurança máxima. No comentário interno que enviei naquele dia, considerei um lapso optar por uma manchete que deixou a capa sem atrativo e sem um noticiário factual vigoroso. Leitores também se manifestaram sobre o caso. Um deles entrou em contato com a ouvidoria para reclamar: “O POVO tem mostrado incoerências enormes de uns tempos para cá. Hoje foi a gota d’água. Vocês colocaram uma chamada (na Capa) sobre a greve de 5cm x 10cm. O que a gente deseja é que O POVO discuta, informe, que não seja partidário e que fale de A, B ou C de forma igual. Mesmo que não seja como eu pense, mas que me informe a realidade como ela é. Hoje aconteceu diferente das manifestações contra a Dilma”. Ele se referia à edição do O POVO do dia das megamanifestações a favor do impeachment, em 13 de março do ano passado. Naquele dia, o jornal trouxe como manchete: “Manifestações – O poder e o risco das ruas”. Outro usuário deixou mensagem no Facebook lembrando que a greve “repercute no mundo inteiro e não foi capa no O POVO?”. A chamada estava na primeira página, só que na parte de baixo dela (ver fac-símile).

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O primeiro leitor tem razão. Em jornalismo, não se pode brigar com os fatos. Naquele dia, a cobertura sobre as mobilizações contra a reforma da Previdência e mudanças na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) estava distribuída pelas editorias de Política e Economia. O conteúdo publicado em Política era uma matéria de serviço. Dava conta de que, pelo menos, 11 categorias estavam aderindo ao protesto em Fortaleza e que 54 prefeituras do Estado haviam decretado ponto facultativo. A matéria não citava os nomes dos municípios. A editoria de Economia, por sua vez, trazia, acertadamente, o outro lado da greve, alertava que os trabalhadores grevistas poderiam ter os seus pontos cortados. Tudo isso dava as características de que aquele seria o assunto do dia. As pessoas estavam ávidas por aquelas informações. Elas precisavam ser informadas sobre o tema. De menor importância para a cobertura era ser contra ou a favor da greve.


O Guia de Redação e Estilo do O POVO, na introdução do capítulo “Normas jornalísticas do O POVO”, resume bem o norte para as tomadas de decisões: “Melhor notícia – o fato comprovado, relevante – a ser perseguida pelo jornalista é aquela que tem condições de gerar consequências para o mundo, para a sociedade ou para a maioria dos leitores”. Naquele dia, a convocação da greve era o assunto de maior interesse público. Disso não se poderia fugir, sob risco de, cada vez mais, levar o impresso para a irrelevância. A chamada de capa sobre a greve poderia, pelo menos, figurar em destaque na parte de cima da primeira página.


LANÇAMENTO HOJE OU ONTEM?

Informações desencontradas sobre o dia de lançamento da revista People Luxo, publicadas na edição de segunda-feira passada (24/4), deixaram os leitores confusos. Um deles enviou a imagem de nota publicada na coluna Adriano Nogueira, daquele dia, que informava ter o lançamento ocorrido ‘ontem’ (domingo, 23/4). Junto com ela, mandou cópia de notícia da coluna Sônia Pinheiro, do mesmo dia, que dizia que o lançamento seria ‘hoje’ (segunda-feira, 24/4). Ele perguntou: “Não seria hoje o lançamento?”. Outro leitor também se pronunciou sobre o caso. Ele também enviou imagem da primeira coluna junto com a foto de matéria editada no Vida & Arte sobre o assunto confirmando que a festa seria naquele dia (24/4). “E aí? O lançamento não é hoje?”

 

De fato, o lançamento da revista People Luxo foi mesmo na segunda-feira passada. O desencontro de informações foi um verdadeiro vexame. Primeiro por se tratar de um produto editado pelo Grupo de Comunicação O POVO, em que a informação deveria correr de forma clara entre editores, repórteres e colunista. Segundo, por desnudar uma pretensa antecipação de nota que foi escrita quando a festa ainda seria realizada. Até a sexta-feira passada, a correção da informação não havia sido publicada nem na coluna do Adriano Nogueira nem em outra parte do O POVO. O Guia de Estilo do O POVO deixa claro que “os erros cometidos em colunas devem ser retificados na própria coluna além da seção Erramos”. O vexame ficou por isso mesmo.


WHATSAPP

Os leitores das diversas plataformas do O POVO têm mais um canal para entrar em contato com a ombudsman. A ouvidoria pode ser acionada também pelo WhatsApp. Para entrar em contato por este canal, basta acionar (85) 988 93 98 07. Os outros mecanismos para se comunicar com a ouvidoria são: email (ombudsman@opovo.com.br) e telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman pessoalmente se necessário. Basta ligar e agendar.

 

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