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A falta de informação primordial
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A falta de informação primordial

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Tânia Alves

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Em encontro com repórteres no Espaço O POVO de Cultura, no mês passado, um experiente jornalista, durante uma intervenção, destacou para a plateia: “O lide não morreu”. Para quem não sabe o que é lide, é a primeira parte de uma matéria e que fornece informações básicas sobre o conteúdo. Geralmente ele responde às seguintes questões: o quê, quem, quando, onde, como e por quê. É lógico que eles devem constar não necessariamente nesta ordem. A lembrança da fala do jornalista sobre o lide me veio na sexta-feira passada (7/4), quando li a notícia: “Ceará tem a melhor situação fiscal do País”, publicada em Economia. O conteúdo informava sobre um ranking de investimentos reunindo todos os estados do Brasil. Porém em nenhum momento, no corpo do texto, anotava quem havia feito o levantamento que comparava as unidades da Federação. A única informação que dava pista sobre a autoria do ranking estava no alto do título - “Relatório da Firjan”. Ficava difícil para o leitor saber que tal pesquisa havia sido elaborada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Sem esse dado, daria para pensar que teria sido O POVO o responsável pelo levantamento.


O caso citado acima não foi o primeiro. A falta de informações primordiais está se tornando repetitivo por aqui. No dia 29 de março, por exemplo, uma nota na editoria Cotidiano informava no título: “Seminário internacional começa amanhã”. Só que, se o leitor decidisse comparecer ao evento, não seria possível pelas informações apresentadas. O conteúdo não informava onde seria realizado o debate. Depois descobri o local: Centro de Eventos. Já no dia 18 de março passado, após ler a notícia “Grand Shopping anuncia novas lojas”, em Economia, um leitor perguntou: “O que é esse Grand Shopping?”. O texto havia se ‘esquecido’ de informar onde ficava o empreendimento: Messejana. Neste caso, vale lembrar uma frase do Guia de Redação e Estilo do O POVO: “Muitas informações que podem parecer óbvias para o jornalista não o são para o leitor”.


O texto jornalístico precisa ter informação precisa. É imprescindível para o repórter lembrar sempre que os dados básicos necessitam constar no conteúdo, pois sem eles a notícia fica capenga. Isso é tão primário. Na dúvida de como fazer, basta seguir a técnica do lide.


ERRAMOS: A PELEJA MENSAL

O POVO mantém em seus quadros uma seção, chamada “Erramos”, para corrigir informações cometidas na mesma edição ou em edições anteriores. Segundo o Guia de Redação e Estilo: “Devem ser privilegiados os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português ou cometidos em título e resumos de matérias”. Como faço mensalmente, apresento quadro com a quantidade de Erramos publicados no mês de março passado. O levantamento é elaborado pelo Banco de Dados do O POVO (ver quadro confeccionado pela Editoria de Arte da Redação). Ao todo, foram 16 correções feitas. Muitas delas foram providenciadas a partir de erros apontados pelos leitores à ombudsman e enviados nos comentários internos. Outros são de iniciativa própria após serem detectados pela Redação.

Em alguns casos, porém, as regras para as correções foram relaxadas no mês passado. Como exemplo, cito a edição do dia 6. Naquele dia, um usuário comentou que o quadro de marés, que é publicado diariamente na página Radar, apresentava erro de informação. “Ao ler o jornal, deparei com um erro no quadro de marés. Onde está indicando maré baixa deveria ser cheia, a altura das ondas me chamou a atenção”. Até a sexta-feira passada, o dado não havia sido corrigido. No dia 17 de março, outro erro ficou sem correção. Naquela data, o título anunciava: “Chape estreia com derrota”. Um leitor lembrou: “A Chape estreou fora e ganhou de 2 x 1. Esta foi a segunda partida. Na estreia, venceu o Zulia, da Venezuela”. Na verdade, aquele era o primeiro jogo em casa, e não a estreia na Taça Libertadores das Américas.


Insisto que as correções precisam ser feitas. Hoje em dia, com a proliferação de notícias falsas, a seção Erramos é um potente instrumento de compromisso com o leitor. Ao manter o pacto de corrigir informações erradas, conforme estabelecem as “Normas jornalísticas do O POVO”, o jornal dá a garantia de que prima pela veracidade. Ao publicar dados errados, mesmo que involuntários, eles devem ser corrigidos.


Também consta no gráfico o atendimento ao leitor realizado no mês passado. O levantamento é feito pela ombudsman. São computados aqueles que resultaram em algum tipo de retorno.


WHATSAPP DA OMBUDSMAN

Os leitores das diversas plataformas do O POVO têm mais um canal para entrar em contato com a ombudsman. A ouvidoria pode ser acionada para reclamação, elogios, observação e críticas - agora também pelo WhatsApp. Para entrar em contato por este canal, basta acionar (85) 988 93 98 07. Os outros mecanismos para se comunicar com a ouvidoria são: email (ombudsman@opovo.com.br) e telefone fixo (3255 6181). O leitor pode ainda visitar a ombudsman pessoalmente se necessário. Basta agendar ligando antecipadamente.

 

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