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Esportes aos domingos: o dilema do espaço
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Esportes aos domingos: o dilema do espaço


Tânia Alves

Aos domingos, O POVO tem uma edição diferenciada que não segue a ordem das editorias (Cotidiano, Brasil, Mundo, Opinião, Política, Economia e caderno Vida & Arte). O jornal atende a uma lógica de divisão por importância de assunto. A separação é feita a partir da curadoria de uma equipe de editores que debate e delimita o espaço de cada assunto de acordo com a relevância. É uma forma moderna de indicar o conteúdo ao leitor. Porém, nem sempre a escolha converge com aquilo que o consumidor de notícias espera encontrar.


Na segunda-feira passada (13/3), recebi uma mensagem de um leitor chateado com o espaço do noticiário de esportes, na edição do dia anterior. Ele sentiu falta de conteúdo dedicado ao Ceará Sporting Clube. Após lembrar que o domingo é o principal dia para matéria de esportes, ressaltou que O POVO estava deixando a desejar. “O que é colocado de matéria é apenas para constar lá e com pouco conteúdo. O jornal nesse dia (domingo) não traz assuntos importantes relacionados a este segmento. E olha que o caderno Esportes era disparado o melhor do Estado”. Ele lembrou que já havia enviado outro comentário sobre o assunto.


De fato, no dia 30 de janeiro, o mesmo leitor alertou sobre o incômodo com a falta de espaço para a editoria. Ele se referia, naquela ocasião, à edição dominical do O POVO do dia 29 de janeiro. Nela a cobertura sobre Esportes se resumia a uma matéria de sete parágrafos para falar sobre a rodada do Campeonato Cearense de Futebol do fim de semana com os jogos entre Fortaleza x Horizonte; Ceará x Guaraniy de Sobral; Itapipoca x Uniclinic. Quanto à reclamação do domingo passado, o leitor falava do primeiro clichê, que se encerra mais cedo, e estava com apenas uma página, cuja manchete informava sobre o jogo entre Ferroviário e Horizonte, rodada de abertura das semifinais do Campeonato. Como o Fortaleza jogava no sábado à tarde, contra o Picos pela Copa do Nordeste, o resultado doa partida, um empate em 1 x 1, foi publicado no segundo clichê, que é enviado para assinantes e anexado ao online.


Solicitei os editores responsáveis pela área para que se pronunciassem sobre a cobrança do leitor. O editor-chefe do Núcleo de Esportes, Fernando Graziani, explicou que, por ser a mais revistizada da semana, em função dos investimentos em reportagens mais longas, muitas seções e entrevistas fixas, a edição de domingo é decidida sempre na sexta-feira anterior pelo colegiado formado pela chefia de Redação e demais editores. “Os espaços, já predeterminados no que tange ao tamanho da edição (número de páginas), são democraticamente avaliados e discutidos, dependendo dos assuntos. No caso do Esporte, ele varia de uma a duas páginas no primeiro clichê, mas, na maioria das semanas do ano, temos o segundo clichê, publicado aos domingos e fechado aos sábados de noite, como complemento fundamental”. Ele agradeceu ao leitor pelo interesse pelo assunto.


O espaço no impresso nunca é infinito. Sempre existirá uma disputa por ele. Hoje muitos assuntos vão parar somente na plataforma digital. Além disso, as edições têm horário marcado para terminar, visando chegar mais cedo às casas dos assinantes. Por isso, as notícias de sábado à tarde podem ir para o segundo clichê. Caso de muitos jogos de futebol. Nada disso, porém, impede o usuário de reclamar quando ele não achar satisfatório o espaço para aquilo pelo qual que ele pagou para ter acesso. É um direito.


MANIFESTAÇÃOES DE LÁ E DAQUI

Um dos debates travados nas redes sociais sobre a imprensa na última semana diz respeito a como os portais de notícias e os jornais impressos trataram a cobertura das manifestações contra a reforma da Previdência registradas pelo Brasil, na quarta-feira passada (15/3). Uma das críticas se refere à forma como a imprensa privilegiou os transtornos no trânsito sem que se destacasse também a finalidade dos protestos. De uma maneira geral, foi uma cobertura visivelmente diferente daquelas registradas no ano passado pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. No dia seguinte aos protestos, fiz seleção de 16 capas de jornais de vários estados para enviar para a Redação e demonstrar como o movimento foi visto nas primeiras páginas pelo Brasil. Dos periódicos analisados, cinco trouxeram o assunto para a manchete principal. A maioria colocou fotos nas capas. Alguns com mais destaques; outros, na parte inferior.

O POVO foi um dos que conseguiram reunir manchete com foto na parte de cima da Primeira Página. Não foi somente isso. O cenário nacional naquele dia mereceu cobertura especial em seis páginas, que a Redação batizou de “A política sob pressão”. Nela, o noticiário tratou de dois assuntos: envio ao Supremo Tribunal Federal (STF) da lista do procurador Rodrigo Janot e dos protestos contra a reforma da Previdência, que, conforme o conteúdo, no dia anterior, havia atingido 25 capitais e o Distrito Federal. Foi uma decisão acertada. Além da capa (ver fac-símile), a cobertura se estendeu em cinco páginas. Duas delas inteiramente dedicadas aos protestos pelo Brasil, com um olhar especial para Fortaleza. Mesmo com algumas imperfeições, como concordância fora do lugar, o jornal fez uma cobertura sólida no online e no impresso.

 

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