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Os impensáveis erros na capa
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Os impensáveis erros na capa

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Durante a semana passada, leitores apontaram acúmulo de erros na capa do O POVO. Entre vírgula separando sujeito do verbo, digitação falha em palavra de título, nome de livro grafado errado e trecho de chamada truncado foram quatro incorreções no período de quatro dias. Média de um, diariamente. Um dos assinantes lembrou que uma campanha do jornal dizia: “Habitue seu filho a ler jornal todos os dias”. Ele ressaltou: “Hoje em dia, se ele (o filho) se habituar a ler jornal, vai é desaprender o que sabe”.

Não é para menos a irritação dos leitores. Precisão, concisão e correção gramatical são qualidades indispensáveis a um bom texto jornalístico - ensinam os compêndios de Comunicação Social. A conduta torna o texto mais claro e deve ser seguida à risca na capa, vitrine do jornal. Se já é difícil convencer os usuários de informação a ler o noticiário impresso em tempo de notícia fácil e ágil nos portais, imagina apresentando erros nas chamadas. Além disso, não é a primeira vez em que os leitores entram em contato com a ouvidoria para mostrar insatisfação com os erros constantes na primeira página do jornal. No dia 17 de abril de 2016, escrevi exatamente sobre o mesmo tema (aqui: http://migre.me/w1FqD). Daquela vez, foram três erros no período de seis dias. Na ocasião, a Redação respondeu que uma série de procedimentos, como checagem dos títulos por mais de um editor, estava sendo tomada para evitar este tipo de constrangimento. Parece que não deu muito certo.

Citei a Redação para saber o motivo da falha no processo de revisão na semana que passou. O redator da Primeira Página, André Bloc, informou que a revisão conjunta com outro editor vinha ocorrendo mais sistematicamente até novembro do ano passado. Por causa de mudanças de horário no fechamento de páginas, a parceria se tornou mais ‘esporádica’. “A Primeira Página fecha por último e, frequentemente, os editores já saíram da Redação no horário”. Porém, citou outras medidas seguidas por ele na tentativa de reduzir os erros: revisão com a página já pronta e uma lista de verificação antes de enviar a capa para impressão. O redator informou ainda que, após os comentários de leitores, começou novo método na semana. “Iniciei uma nova prática, que é jogar todas as chamadas no Word para ler ‘fora do meio’. Dessa forma, penso, meu olhar se renova um pouco e consigo diagnosticar erros - meus ou da chamada original - com maior antecedência. Espero que isso ajude.”

Criar mecanismos para revisão é interessante, mas eles precisam ser inseridos como política pela direção de Redação. Não é somente uma ação do redator da capa, mas da equipe. Não basta colocar em outro sistema como o Word. É necessário oferecer condições para que estes procedimentos sejam realizados todos os dias. Só assim se pode reduzir o constrangimento de ter uma capa com erros tão recorrentes. E isso é urgente.
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CONDUTA APÓS O FURO
Durante a semana que passou, duas notícias que foram divulgadas pelo
O POVO após já terem sido noticiadas pelo Diário do Nordeste me chamaram atenção mais fortemente. A primeira, sobre a extinção da pena de um preso apontado como um dos líderes do furto ao Banco Central de Fortaleza em agosto de 2005. O conteúdo dela virou manchete do O POVO na terça-feira passada (ver fac-símile). O segundo assunto foi o levantamento feito pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) que apontava que 101 prefeituras estavam com os portais da transparência irregulares. Não existe problema algum da Redação do O POVO retomar um assunto quando se leva um furo (é aquela informação importante que é divulgada por apenas um veículo de comunicação). O próprio Guia de Estilo e Redação recomenda que o assunto não deve deixar de ser noticiado.

Em jornalismo, porém, o que se espera após deparar com uma notícia exclusiva em outro veículo é tentar aprimorar a informação e buscar dados novos sobre o assunto. Foi assim com a matéria sobre o BC, que conseguiu avançar com as fontes e dados novos. O mesmo não ocorreu com a matéria “Mais da metade dos tribunais têm portais irregulares”. E isso ocorreu, em parte, por uma razão simples: o conteúdo deixou de informar aos leitores do O POVO o nome dos 101 municípios que estão com os equipamentos de transparência com irregularidades. No dia anterior, o concorrente já havia anunciado. Um leitor viu a falha, reclamou da inexistência da lista e sugeriu que, em casos assim, pelo menos, a relação fosse postada no portal O POVO Online e providenciasse, no impresso, a indicação do link. No concorrente, a solução foi um quadro - o que resolveu bem.

Venho reiterando, seja nos comentários internos, seja na coluna aos domingos, que em conteúdo do tipo é essencial apresentar os nomes das cidades. Sem a citação dos 101 municípios, a matéria fica incompleta. Fica pior quando a informação já foi mostrada pelo concorrente direto. O leitor deu uma saída digna em caso de falta de espaço. Indicar e colocar no online, pois é ali que o público do Interior lê as notícias que são veiculadas no O POVO.

 

Por Tânia Alves

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