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Coragem indômita
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Lúcio Brasileiro é memória viva da sociedade fortalezense. Mantém coluna diária no O POVO e programa na Rádio O POVO CBN. É apontado como o jornalista diário mais antigo do mundo.

Lúcio Brasileiro comportamento

Coragem indômita

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Como nunca tive medo de nada, entrando e saindo sempre altaneiramente, usei meu “preito”, como se diz, para me favorecer em várias ocasiões ao longo da minha ainda curta existência.
Quando me apresentei ao Luiz Campos, na noite de 10 de agosto de 1955, com 16 anos, propondo fazer coluna da Gazeta único jornal que ainda não abria espaço pro mundanismo.
 

Quando procurei dr Eduardo Tapajós, que tocava Hotel Glória, para me hospedar no Rio, resultando que durante 25 anos usufruí do maior hotel do Brasil a leite de pato, quer dizer, sem nada pagar.
Quando entrevistei o homem mais rico do Brasil num voo Recife-Rio passando por estudante pois o Conde Chiquinho Matarazzo detestava jornalista.
 

Quando aceitei convite da Lurdes Gentil para formar em sua roda de pife pafe no Beco da Alegria da rua Tabajaras, sem um tostão no bolso, e todos os parceiros poderiam ser meus pais.
 

Quando propus ao Chico Philomeno trocar quarto que ocupava no Iracema Plaza sem ônus pela cobertura do hotel, utilizada então para hospedar times de futebol.
 

Quando estudei francês por quatro anos em Vicky, sempre em março, porque era inverno e tinha vaga na escola Cavilam e lugar na pensão.
 

Quando levando uma queda na Gare de Nice, joelhos sangrando, procurei apenas tratamento farmacial, recusando recomendação de internamento hospitalar e fito para economizar indo de trem para Villefranche e da estação pro hotel Wellcome, minha casa na Costa Azul, oito quadras de pés sob sol veranejo.
 

Quando, nos 30 anos de batente do Ibrahim Sued, no Copacaba. Palace, apresentei o diplomata Hugo Gouthier ao ministro da Marinha Maximiano de Fonseca, em cuja mesa eu estava, e perguntei: O senhor não acha que foi imerecida a cassação do embaixador? Ele então respondeu: Uma Revolução muitas vezes comete injustiças”.
 

Quando escrevi para o grande e inesquecível Ivens Dias Branco, sugerindo meu nome para representar o crescente grupo na Espanha, verão em Ibiza e inverno em Barcelona, dias depois recebi amável carta “Não pensamos ainda em operar na Europa”.
 

Quando, convidado à última hora por Moema Távora, aceitei organizar jantar de posse de meu amigo Virgílio Távora, que assumia I Veterado, mais de mil pessoas no Náutico.
 

Quando, numa tarde pra noite no Iate do Rio, singrando com Osvaldinho e senhora na lancha de um amigo deles, Correia, motor parou e ninguém atendia nossos acenos, julgando tratar-se de um trote ou brincadeira, nenhum de nós sabendo que o clube mantinha um fichário de saídas e se até sete da noite não voltasse, iriam atrás, lembro que enquanto Fernanda se lamuriava ter de deixar a Marília órfã, eu enchia a pança de gim sem jamais entrar em pânico.
E por hoje, de quando em quando, é só.

 

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