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O alimento dos nossos filhos
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Gastronomia vida & arte

O alimento dos nossos filhos

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Afirmar que a alimentação das nossas crianças é importante para a saúde e equilíbrio é obvio. Hábitos alimentares, bons ou maus, são adquiridos durante a infância e adolescência.
Conhecer as necessidades nutricionais e as suas regras básicas irá ajudar você e os seus filhos a desenvolver boas práticas alimentares para a vida toda.
 

Precisamos estar atentos a rotulagem dos insumos que oferecemos em momentos de busca de descomplicação do cardápio. Fiquei assustado ao ver o que uma salsicha hot dog revela, na sua descrição dos ingredientes. E nos valores nutricionais então, é pavoroso!
 

Carne mecanicamente separada de frango, gordura suína, carne suína, água, carne de peru, proteína isolada de soja, fécula de mandioca, sal, maltodextrina, condimentos naturais, pimenta preta, realçador de sabor glutamato monossódico (INS 621), antioxidante eritorbato de sódio(INS 316)... Vou parar aqui, tem mais dez ....
 

Espantosamente, o sódio no meio da composição acusa 575 mg, o que corresponde a 24% da necessidade diária em uma salsicha de 50g... Alimenta-se brincando com 4 salsichinhas e já se está com quase 100% do sódio que o organismo precisa diariamente.... Haja saúde !
 

Lendo rótulos da maioria dos biscoitos e salgadinhos que colocamos carinhosamente na sacolinha do lanche dos nossos filhos ou pelo dinheiro que disponibilizamos para comprar o alimento nas lanchonetes das escolas, reencontramos os mesmos vilões. Como encaminhar o seu filho para “abrir” o leque do seu paladar ?
 

O paladar é um dos cinco sentidos que nos permitem identificar e classificar os sabores dos alimentos que comemos. Até recentemente, os cientistas distinguiram quatro sabores básicos: doce, salgado, amargo e azedo. Recentemente, um quinto sabor foi identificado: Unami, esta palavra japonesa que significa delicioso. 

 

Unami, realmente, é o glutamato de sódio, cada vez mais adicionado ao alimento para melhorar o sabor, ele não pertence a qualquer uma das quatro famílias básicas. Eu digo que chef que é chef não usa este produto...


O paladar, como os outros quatro sentidos , visão, audição, olfato e tato, está diretamente associado ao olfato. Embora cada um destes sentidos sejam completamente distintos, o olfato propulsa o gosto.  

Quando nós nos alimentamos, os cheiros alcançam o nariz, através da parte de trás da garganta, aumentando assim o sabor. A melhor prova disso é que, quando estamos resfriados, todos os alimentos parecem ter o mesmo gosto. Na verdade, antes de provar um alimento, a visão e o olfato estão envolvidos na ativação das nossas papilas gustativas e nosso cérebro inicia a análise do que vamos degustar.


Tudo isso para chegar aonde? A formação do paladar dos nossos filhos depende da nossa atitude em relação ao alimento. Se os pais afirmam que não gostam de ostras ou de panelada, dificilmente os filhos se arriscarão a fazer a prova.
 

Assim como a mãe tenta alimentar o bebê com algo que ela não gosta, a criança decodifica o não verbal: “Eu me preocupo em dar o que é necessário, mas eu não gosto“.
 

No estágio atual dos nossos conhecimentos, sabemos que o feto tem uma atração especial para o doce e uma repulsa para o amargo e o azedo. Então porque algumas crianças chupam limão e outras recusam doces ? Gostos e desgostos de uma criança são também condicionados pelo seu ambiente. Crianças de diferentes países têm gostos diferentes, gosto também é um assunto cultural e emocional.
 

A minha filha Milla, desde pequena, gostava de me acompanhar enquanto cozinho, sentada num banquinho, ela surrupiava um pedaço de cebola e mastigava, satisfeita. Ela me assustou quando pegou (com três anos) umas da azeitonas verdes que eu estava descascando e, num piscar de olhos, colocou na boca, ficamos preocupados com o destino do caroço, ela mastigou um tempinho e devolveu ele limpinho... Ela fazia sozinha uma salada de cinco componentes com 6 anos ...Meu filho Diego, que é o fastfood junkie dos dois, me ultrapassou em tamanho com uma dieta sempre focada em um ou dois alimentos, desesperadamente distantes do que idealizamos.
 

O importante é variar os pratos apresentados na mesa da família e pedir que a criança, pelo menos, tente saber se ele gosta ou não gosta. Este ritual é importante para permitir que o cérebro armazene estas sensações. E, para finalizar, se lembrar que você, caro leitor, come com os olhos. As fotos que ilustram esta matéria são frutos de pesquisas sobre provocação gustativa dirigida a crianças. Inspire-se!

 

Por Bernard Twardy

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