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Três temas: Jeri, Temer e Teodorico

2017-04-01 17:00:00

1 O governador Camilo Santana (PT) fez, na sexta-feira, 31, uma visita de inspeção ao aeroporto de Jericoacoara, que está no território da cidade de Cruz. O potencial econômico do aeroporto é promissor. A praia de Jeri (e todo o seu entorno) possui boas condições de se tornar um vigoroso atrativo turístico capaz de atrair mais e melhores negócios, empregos, renda e riqueza.


O Governo continua investindo dinheiro público no aeroporto, que deveria ter sido inaugurado anos atrás. Entende-se o papel do Estado no caso. Não havia empresários privados disponíveis para construir e operar um aeroporto naquela região. Sabe-se que não é da cultura do País que o setor privado tenha tal iniciativa.


Porém, há sinais de que, a partir de agora, o caminho pode ser diferente. O ideal é que o Estado se livre da gestão do aeroporto e o repasse para operadores privados. Claro, com boas chances de recuperar o que já foi investido no equipamento e com a vantagem de deixar de tirar dinheiro do tesouro para bancar seu funcionamento.


Uma das grandes vantagens da mudança do comando do País efetivada em 2016 foi a substituição de mentalidade quanto ao papel do Estado na economia. Antes tarde do que nunca. Porém, o caminho é longo. A veia estatizante permanece entranhada na cultura do País com a mesma força de seu irmão siamês, o patrimonialismo.


O pior dos mundos é o Ceará ter uma estatal de aeroportos. Custaria os olhos da cara do contribuinte, teria ingerência política, geraria mordomias e os peculiares gastos, alimentaria fontes de corrupção e dotaria os aeroportos estaduais de ineficiência crônica.


Como costumava dizer o economista Milton Friedman, se colocarem o Governo para administrar o deserto do Saara, em cinco anos faltará areia. Também dizia que “nada é tão permanente quanto um programa de governo temporário”.


2 O mais provável é que Michel Temer (PMDB) termine o mandato em 31 de dezembro de 2018. Portanto, mais 21 meses pela frente com uma eleição presidencial no meio. É quase certo que jamais será um presidente popular. Está aí uma nova pesquisa que atestou a sua alta impopularidade de norte a sul do País.


No entanto, ser popular não é a garantia de um governo de qualidade. Os populares Lula e Dilma, com suas escolhas que levaram o País à bancarrota, que o digam. Temer parece saber disso quando, em dezembro passado, disse o seguinte: “Um governo com popularidade extraordinária não poderia tomar medidas impopulares (…). Estou aproveitando a suposta impopularidade para tomar medidas impopulares”.


É provável que o presidente estivesse se referindo ao conjunto de reformas que vem tentando levar adiante. Não deixa de ser paradoxal que um presidente impopular venha conseguindo apresentar uma agenda com as reformas que o País realmente precisa.


3 Leio no O POVO que o ex-conselheiro do TCE, Teodorico Menezes, entrou na Corte com pedido de “reembolso” por férias não gozadas entre 2011 e 2016. Vejam que coisa. Acusado de corrupção no escândalo dos banheiros, Teodorico está afastado desde 2011. Não trabalhou no período em questão, mas quer receber suas “férias”.
No fim das contas, uns R$ 300 mil.


O pedido é administrativo. Ou seja, no âmbito do TCE. Apurei que o desejo de Teodorico será solenemente negado tanto na instância técnica do Tribunal quanto pelo seu pleno. Que assim seja.


Adriano Nogueira

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