As pessoas acometidas por chikungunya começaram a chegar ao Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) no começo de 2016. O atendimento passou a compor projeto que monitora pacientes na fase crônica da doença, com dores persistentes nas articulações e músculos. São padronizadas informações sobre dados sociodemográficos, presença de comorbidades, data de início dos sintomas, manifestações clínicas utilizadas, medicações, respostas aos remédios, além de dados de exames físico e laboratorial já feitos.
“Estudo de revisão sistemática publicado no fim de 2016 mostrou que, aproximadamente, 40% dos pacientes com chikungunya evoluem para reumatismo crônico inflamatório e, destes, 13,6% preenchem critérios para diagnóstico de artrite reumatóide”, contabiliza a reumatologista do HUWC e da Sociedade Brasileira de Reumatologia, Marta Medeiros. Ela participa do projeto Estudo Multicêntrico Coorte ChikBrasil, que obtém dados sobre a doença em quatro cidades nordestinas. Conforme Marta, o estudo que apresenta maior tempo de acompanhamento de 159 pacientes (durante seis anos) mostrou uma taxa de evolução para cronicidade de 59%.
De acordo com a especialista, a literatura cita alguns fatores que contribuem para que a pessoa evolua para a fase crônica da doença: ter mais de 45 anos, ter uma fase aguda mais grave (com febre mais prolongada, cardiopatia, depressão e quantidade alta de vírus no organismo), presença de comorbidades (como diabetes, cardiopatia, hepatopatia, doenças reumáticas pré-existentes), envolvimento articular na fase aguda com mais de seis articulações inflamadas e títulos altos de IgG (anticorpos produzidos) para chikungunya.
Acupuntura
Na orelha, existem cerca de 112 pontos de acupuntura. O professor explica que cada um tem relação com um órgão. São selecionados pontos de acordo com a função energética e fisiológica de cada indivíduo. “Precisamos escolher, de acordo com o que é prioridade para cada paciente, quais são os pontos dele ativados na orelha”, detalha. A cada sessão, são ativados de quatro a sete pontos. (Sara Oliveira)
SAIBA MAIS
Casos mais graves da chikungunya geralmente acontecem na fase subaguda, como as encefalites e meningites. Na fase crônica, o quadro neurológico é mais leve, como formigamento de mãos e pés.
Anticonvulsiante e antidepressivo são medicamentos que, em casos específicos e com recomendação médica, podem ser utilizados para dor neuropática. Eles melhoram a condução neuropática.
Fisioterapia tem grande importância na fase crônica da doença. Trabalhará para a melhora da dor e o fortalecimento muscular.
O corticóide é o medicamento mais utilizado na fase crônica da chikungunya. Porém, seu uso tem sido realizado de forma indiscriminada, sem a recomendação médica. Por isso o Ciência & Saúde optou por não detalhar quais remédios são mais utilizados.
Na orelha, existem cerca de 112 pontos de acupuntura. O professor Bernardo Diniz explica que cada um tem relação com um órgão. São selecionados pontos de acordo com a função energética e fisiológica de cada indivíduo