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Esforço repetitivo e os pontos de tensão
Ciência e Saúde

Esforço repetitivo e os pontos de tensão

Para fazer certos movimentos, como digitar e mexer no mouse, forçamos músculos. Quando o movimento não é feito de forma correta, nódulos são formados
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Os dedos polegar e indicador são, na maioria dos casos, os mais atingidos quando há movimentos repetitivos em decorrência do uso de aparelhos como smartphones e tablets. Uma das patologias mais comuns é a tendinite (inflamação de tendões). Um tipo específico leva o nome de tendinite de Quervian e envolve dois músculos: o extensor curto e o abdutor longo do polegar. “Você força quando traz o polegar para frente para poder digitar, segurando o celular, que é pequeno e exige que você controle as letras, então acaba forçando”, explica Jô Malveira.

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Esse esforço do músculo pode gerar os nódulos de tensão, também conhecidos como “pontos de gatilho”. Quer dizer que, naquele local, há congestionamento de informações nervosas, clínicas e bioquímicas.

Quando fazemos o movimento de digitação, os músculos são contraídos e, na sequência, relaxados. “Nesse processo, algumas fibras não voltam à posição original, ficam sob tensão, aí os pontos são formados”, afirma a fisioterapeuta. O músculo é completamente enervado, então conforme ele sofre, os sinais de tensão são enviados aos nervos.

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No caso da assistente administrativo Maria Evilene de Oliveira Brito, 40, os danos causados pela digitação excessiva na tela do telefone celular atingiram principalmente o dedo indicador. No mês das férias, ela passou a usar mais o smartphone e carrega um histórico de trabalhos com digitação. “Comecei a sentir uma dor no dedo do meio da mão direita.

Depois foi para a mão e se estendeu pelo pulso e braço. Aí meu dedo ficou dormente e eu passei a não sentí-lo”, conta Evilene.


Ela até chegou a ir ao médico, mas depois iniciou a fisioterapia e aos poucos foi conhecendo os nódulos de tensão causados pela ação. “A fisioterapeuta foi me mostrando e eu sentia. Estou na terceira sessão e já me sinto melhor, o incômodo que sentia à noite melhorou”, afirma a assistente administrativo. Por envolver vários músculos, a tendinite de Evilene requer mais atenção. Sem data para receber alta da fisioterapia, ela passa por terapias de alongamento, muscular e neural, além de compressão dos nódulos. Assim que recobrar a força do músculo, o tratamento continua através da cinesioterapia, que prioriza os movimentos.


UM “RESET” NO CORPO


A compressão consiste na técnica de dissolver aquele ponto de tensão. “Eu pressiono, faço pressão sob o osso que está embaixo e mantenho por 30 a 40 segundos. Isso causa isquemia (falta de fornecimento sanguíneo) e, aos mesmo tempo, alongo as fibras musculares que estão em contração”, detalha Jô Malveira. A especialista destaca que a compressão pode ser comparada a um “reset”, ou seja, reinício da funcionalidade normal.


A professora de Fisioterapia explica ainda que um dos nervos que têm ação na mão percorre todo um trajeto, desde a coluna. É o nervo periférico, responsável por levar os comandos do cérebro aos músculos.

“Ele enerva a região da mão. Para conseguirmos liberar (os nódulos de tensão) essa região, precisamos liberar todo o trajeto do nervo. Assim melhorará o quadro doloroso”, acrescenta.

 

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