Comum na mesa dos nordestinos, a tapioca sempre foi um saboroso acompanhamento para os cafés da manhã ou da tarde. O costume é antigo. Remonta aos índios, que preparavam o alimento após a extração da mandioca. A raiz era triturada e espremida até se obter o líquido leitoso que, tempos depois, decantava formando a fécula, base do alimento. Ainda hoje o processo para a obtenção da iguaria é o mesmo. No entanto, o uso se ampliou ao longo dos anos.
[SAIBAMAIS]O que antes era apenas uma alternativa ao pão carioquinha, hoje, virou uma das estratégias para manter o corpo magro e saudável. A tapioca está na mira de quem faz exercícios físicos e pessoas que buscam emagrecer, quase sempre como substituto do pão — integral ou não.
Em tempos em que o universo fitness torce o nariz para o glúten — presente nos derivados do trigo, por exemplo —, a tapioca se fortalece tanto por aqui quanto longe dos limites do Nordeste. Mas será que ela tem mesmo todo esse poder?
Assim como o pão, a tapioca é versátil. Combina com queijos, folhas, legumes e até recheios mais ousados como carne do sol, camarão e catupiry. O produto, em si, não é coberto de nutrientes. A massa da tapioca é composta, basicamente, de carboidrato. Não tem fibras nem proteínas e, pela composição, ainda tende a elevar as taxas de açúcar no sangue (a glicemia). Isso porque, no processo de digestão, o carboidrato se quebra em açúcar, acendendo o alerta.
Tapioca na dieta
“Na verdade, não existe nada milagroso. São opções alimentares que podem ser incluídas na dieta. A resposta aparece com o bem-estar dos pacientes e a satisfação na hora da digestão”, explica o nutrólogo Marcelo Maranhão Filho, que diz que o pão e a tapioca são equivalentes. Ele diz que, como fontes de carboidratos, os dois podem provocar ganho de peso se consumidos em excesso.
O especialista diz que o corte do glúten da dieta só é recomendado em caso de pessoas que têm doença celíaca ou sensibilidade a essa proteína. No caso dos celíacos, o consumo de pão, por exemplo, podem causar inflamações graves ao intestino, ocasionando diarreias e cólicas, entre outros sintomas.
Conforme a nutricionista Adriana Sampaio, mais importante que excluir o glúten da dieta é manter o equilíbrio no consumo dos alimentos. “Às vezes, o paciente troca o pão para comer três tapiocas por achar mais saudável. Ele não sabe que, nutricionalmente, ele está consumindo mais carboidrato”, pondera.
As vantagens e os cuidados do consumo da tapioca são temas desta edição do Ciência&Saúde. Nas próximas páginas, você vai saber como esse produto pode servir de aliado nos exercícios e também no processo de emagrecimento, além da relação dele com as pessoas que não podem consumir o glúten.