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Adesão à terapia de reposição hormonal cresce entre homens
Ciência e Saúde

Adesão à terapia de reposição hormonal cresce entre homens

A Terapia de Reposição Hormonal é buscada por homens diante de queixas como cansaço, diminuição da libido e queda no padrão de ereção
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Entre os homens, a procura pela Terapia de Reposição Hormonal (TRH) tem aumentado. É o que garante o urologista Fernando Muniz. Quando os níveis de testosterona têm redução, as queixas masculinas incluem cansaço, redução da libido e queda do padrão de ereção. Mas há relação direta também com obesidade, sedentarismo e estresse corpóreo. A testosterona — que pode ser indicada também para mulher em alguns casos — ganha mais status de virilidade, não só na cama, mas no dia a dia de atividades.


“Tentamos fazer a história clínica do paciente, a qualidade do sono, o padrão de energia, se ele fica mais cansado ao final do dia, se passa a esquecer mais as coisas... com essas queixas, a gente pede exames laboratoriais. A terapia é indicada quando o laboratório mostra que houve redução e as queixas persistem”, avalia o urologista. Conforme ele, as referências laboratoriais consideram normal a taxa de 300 a 900 ng/dl (nanogramas de testosterona por decilitros de sangue). “Mas depende muito da queixa clínica. Às vezes tem taxa de 500 ng/dl e está sintomático. Ou as células não respondem bem à testosterona”, explica.


O médico é objetivo quanto aos benefícios da testosterona. Com receptores em todas as células, o hormônio aumenta o metabolismo dessas células, gerando mais energia, facilitando a queima de gordura e atuando no tratamento de pessoas diabéticas e com problemas cardiovasculares. Os problemas, conforme Fernando Muniz, são causados pela terapia praticada de forma inadequada, com níveis acima do recomendado. “A reposição hormonal masculina feita de forma correta não traz prejuízos”, destaca. Para isso, o acompanhamento médico precisa ser trimestral nos primeiros seis meses, depois a cada quatro meses e semestralmente.


Efeitos da terapia

Para os homens, não há protocolo de tempo de uso, mas o especialista preconiza que a terapia seja feita por cerca de um ano e meio. “O homem, com o tratamento, começa a ter uma atividade física normal e aí muda o estilo de vida e pode voltar a produzir testosterona normalmente”, afirma. A aplicação pode ser de forma injetável, que causa dependência (porque inibe o estímulo do cérebro para o testículo), ou em forma de gel, com ação de 24 horas. “No caso de injetável, pode causar infertilidade”, pondera.

 

A ginecologista Marjorie Mota é cautelosa quanto à reposição da testosterona em mulheres. É preciso avaliar minuciosamente a necessidade, que se dá quando há forte queda da libido. “Existe um aumento dos riscos de problemas hepáticos, porque ela faz com que o fígado produza células atípicas e isso pode causar câncer. A fitopatologia dá uma performance androgênica, masculina”, ressalta. (Sara Oliveira)

 

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