Após cinco meses, o “menino desaparecido do Acre”, o estudante de Psicologia Bruno Borges, voltou ontem para casa. Ele deixou 14 livros criptografados. O primeiro a ser editado está na lista dos mais vendidos do Brasil. Trata de uma suposta Teoria da Absorção do Conhecimento.
Assim que as informações do retorno circularam nas redes sociais, a casa do jovem começou a ser visitada por amigos. A família informou, por meio de redes sociais, que não vai se pronunciar formalmente ainda sobre o retorno. Não se sabe ainda as condições de saúde do estudante.
A mãe de Bruno Borges, a empresária Denise Borges, viajou para o Santuário de Aparecida,no interior de São Paulo. “Ontem, eu fiquei o dia inteiro de joelho no chão pedindo pelo retorno dele e ele voltou”, disse a mãe, visivelmente emocionada.
“Eu não tenho muitos detalhes só sei o que me disseram: que ele está muito magro e que estava em retiro”, disse, tentando sufocar o choro. Denise afirmou que Bruno se nega a dizer onde estava localizado o “retiro”. Denise tenta embarcar em um avião para retornar ao Acre, mas só deve conseguir isso neste sábado, dia 12.
Segundo a polícia, os pais de Bruno decidiram levar o rapaz para outro endereço porque a informação de seu aparecimento fez com que uma multidão se dirigisse até a casa da família.
Investigações
Durante as investigações, a polícia encontrou um contrato registrado em cartório no qual Bruno repassava parte dos lucros sobre a venda de um livro escrito por ele a um primo e a dois amigos.
Eduardo Borges, primo de Bruno, disse ter emprestado R$ 20 mil para que Bruno concluísse a obra, e por isso tinha o contrato. Os dois amigos, o estudante Marcelo Ferreira e o empresário Márcio Gaiote, foram indiciados por falso testemunho. Segundo a polícia, eles ocultaram informações sobre sumiço de Bruno.
Para o delegado, o desaparecimento de Bruno era na verdade um plano de marketing para promover sua obra. A família contesta. “Agora me parece um plano para divulgação porque existiam datas, orientações para a publicação. Agora o que interessa é ouvi-lo e enviar o depoimento para os autos”, disse o delegado.