A Polícia Federal deflagrou ontem a 2ª fase da Operação Glasnost, que combate a exploração sexual de crianças e o compartilhamento de pornografia infantil na internet. A PF prendeu 27 em flagrante e três em custódia preventiva em 14 estados, incluindo o Ceará.

“Foram presos estudantes com 19, 20 anos de idade, foi preso um homem de 80 anos de idade - que mal conseguia respirar, sair da cama - em flagrante, foram presos professores, médicos, pessoas muito simples com condição financeira muito precária, pessoas com a condição financeira muito favorável, funcionários de alto escalão de determinados órgãos - todos esses fatos sem relação nenhuma com a atuação profissional da pessoa, mas sim pelo que ela fazia nos bastidores. Qual o perfil (dos pedófilos)? Não existe perfil”, afirmou o delegado Flávio Augusto Palma Setti, da PF.

Em nota, a PF informou que cerca de 350 policiais federais participam da operação, cumprindo 72 mandados de busca e apreensão, 3 mandados de prisão preventiva e 2 mandados de condução coercitiva, em 51 municípios nos Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Pernambuco, Bahia, Maranhão, Piauí, Pará e Sergipe.

Preso em Fortaleza

Na capital cearense, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, nos bairros Jangurussu e Jardim Iracema. Segundo a Polícia Federal, um homem de 33 anos, funcionário dos Correios, foi preso em flagrante por posse de pornografia infantil e liberado após pagamento de fiança. Mídias para armazenamento de arquivos e um aparelho celular foram apreendidos. O material está sendo examinado pela perícia técnica científica da PF.

 

“Se não é a maior, é uma das maiores operações de combate à pornografia infantil já realizadas pela Polícia Federal”, disse Flávio.

A ação é uma sequência da Glasnost, deflagrada em novembro de 2013, ocasião em que foram cumpridos 80 mandados de busca e prisão e realizadas 30 prisões em flagrante por posse de pornografia infantil. Foram ainda identificados e presos diversos abusadores sexuais, bem como resgatadas vítimas, com idades entre 5 e 9 anos.

A investigação teve como base o monitoramento de um site russo utilizado como uma espécie de “ponto de encontro” de pedófilos do mundo todo, e resultou na identificação de centenas de usuários, brasileiros e estrangeiros, que compartilhavam pornografia infantil na internet, bem como de diversos abusadores sexuais e produtores de pornografia infantil, tendo sido identificadas, ainda, diversas crianças vítimas de abuso. (AE)

 

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Os investigados produziam e armazenavam fotos e vídeos de crianças, adolescentes e até mesmo de bebês com poucos meses de vida, muitos deles sendo abusados sexualmente por adultos, e as enviavam para contatos no Brasil e no exterior. Anteriormente à deflagração da segunda fase da operação, foram cumpridas medidas urgentes nas cidades de Osasco/SP, Presidente Prudente/SP, Porto Alegre/RS, Vila Velha/ES, Jundiaí/SP, Praia Grande/SP, Campo Grande/MS e Cachoeira do Itapemirim/ES, “tendo em vista a identificação de casos concretos de abusos sexuais contra crianças”. Em todos os casos foram presos os abusadores e identificadas as vítimas dos abusos.