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Liberado, Bruno teria propostas de clubes para voltar a jogar
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Liberado, Bruno teria propostas de clubes para voltar a jogar

Uma decisão do ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, determinou soltura do jogador, condenado pela morte de Eliza Samudio. Ele estava preso há sete anos
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O ex-goleiro Bruno deixou ontem à noite a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, onde cumpria pena de 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio, com quem teve um filho. A defesa do jogador conseguiu no último dia 21 habeas corpus para que o atleta fosse libertado.


A decisão partiu do ministro Marco Aurélio Mello. No pedido de habeas corpus, a defesa de Bruno alega que o jogador, preso há quase sete anos, não teve analisado, até o momento, recurso contra seu julgamento, ocorrido em 2013, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Bruno deixou a Apac com a mulher, Ingrid Calheiros, e advogados.


Na decisão, o ministro afirma que “a esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses” e que “nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”.


Marco Aurélio Mello afirmou que “os fundamentos da preventiva não resistem a exame”. “O Juízo, ao negar o direito de recorrer em liberdade, considerou a gravidade concreta da imputação. Reiterados são os pronunciamentos do Supremo sobre a impossibilidade de potencializar-se a infração versada no processo. O clamor social surge como elemento neutro, insuficiente a respaldar a preventiva”, observou.


O comparsa de Bruno, seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, também foi condenado. A decisão do STF não menciona o cúmplice.


Interesse

O advogado de Bruno disse, em entrevista à Rádio Estadão, que seu cliente recebeu emocionado a notícia de que seria solto e já tem propostas para voltar a jogar. “Ele não esperava. Chorou, me abraçou, agradeceu muito, emocionado”, contou Lúcio Adolfo.

 

O advogado disse não temer que a liminar caia: “Em liberdade, nós vamos poder provar que ele não põe risco a ninguém”. Adolfo comentou ainda a decisão do Supremo. “Eu recebi (a decisão) agradecido e principalmente estou confortável de saber que minha tese encontra eco na compreensão do judiciário brasileiro. O Bruno é primário, de bons antecedentes, tem trabalho licito. E está preso há sete anos, provisoriamente. Isso é um absurdo.”


O advogado disse que, ao ser solto, o ex-goleiro, deve tentar retomar a carreira no futebol. “Sei que tem propostas de trabalho em alguns times de futebol até para jogar campeonatos estaduais por aí e ele vai tomar o caminho que achar melhor. Ele vai se dedicar, está com 30 anos, tem aí um bom período, se conseguir superar as dificuldades do retorno à vida social.” Bruno deverá manter residência fixa e comparecer à Justiça sempre que convocado.

 

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